segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Brincar ao ar livre ajuda a reduzir miopia



Brincar ao ar livre ajuda a reduzir miopia

A rua deve ser o lugar de eleição para as crianças brincarem não só pelo fato de fazerem mais exercício físico e conviverem, mas também porque o tempo que as crianças passam fora de casa está associado a uma redução do risco de miopia. Esta é a conclusão de um estudo da Universidade de Cambridge.
O grupo de especialistas apresentou os resultados na reunião anual da Academia Americana de Oftalmologia, que se realizou a semana passada na Florida, Estados Unidos.

A equipa de investigadores analisou oito estudos oftalmológicos recentes, que associam o tempo passado fora de casa e a miopia. Estes estudos envolveram 10.400 jovens e comprovam que uma maior exposição à luz natural e o tempo despendido a olhar para objetos mais distantes são fatores que contribuem para uma saúde visual.

Segundo Justin Sherwin, da Universidade de Cambridge e responsável pelo grupo que levou a cabo a investigação, por cada hora adicional que os mais novos passam fora de casa todas as semanas, o risco de miopia cai cerca de 2%.
Nas brincadeiras ao ar livre as crianças utilizam a visão ao longe e menos a visão ao perto, razão pela qual os especialistas da investigação apontam que exercitar este tipo de visão à distância pode ajudar a combater o aparecimento de miopia.
Contudo, os investigadores consideram que serão necessárias mais algumas pesquisas para "determinar quais os fatores mais importantes: se o aumento da visão ao longe, se o uso reduzido da visão ao perto, se a exposição à luz natural ou se é a atividade física desenvolvida".

Clique AQUI para conhecer o estudo na íntegra.

Clique AQUI para aceder aos resultados da conferência.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Projecto de Inclusão na Universidade de Lisboa



Miguel Seabra


Arrancou esta segunda-feira, no Reino Unido, um ensaio clínico inovador para tratamento da cegueira.

Miguel Seabra, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, liderou grande parte do trabalho pré-clínico que antecedeu a identificação do gene que causa a doença ocular genética conhecida como coroideremia.
Em entrevista, o investigador português explicou que a doença resulta de uma degeneração progressiva da retina, que afeta sobretudo homens. O diagnóstico é geralmente feito na infância, levando à cegueira na meia-idade. Os doentes começam por demonstrar “problemas de visão noturna”, depois uma “visão mais em túnel” e a fase final é a “perca da visão central que leva à cegueira”. Isto acontece, “à maior parte dos doentes, por volta dos 50 anos”, afirma.

O trabalho pré-clínico que Miguel Seabra realizou, a maior parte no Imperial College, em Londres,“possibilitou este ensaio clínico onde serão tratados doentes”. Segundo o professor, “desde a identificação da função do gene até aspetos do mecanismo da doença, passando pela criação de um modelo animal para fazer todos os testes pré-clínicos em termos das novas terapias, foi feito no laboratório ao longo de 20 anos”.

É a primeira vez que células sensíveis à luz, foto-recetores que se encontram na parte posterior do olho, são alvo de terapia genética. Isto abre caminho para o tratamento de outras causas genéticas de cegueira.

“Para nós é uma satisfação fantástica, em 20 anos, termos passado da descoberta de um gene a uma terapia genética. É um dos primeiros exemplos no mundo em que conseguimos fazer esta progressão tão rápida”, partilha.

Primeiro doente tratado

O primeiro doente tratado esta segunda-feira, em Oxford, um advogado de 33 anos, apresenta já uma“pequena melhoria”. No entanto, “ainda está a recuperar da cirurgia”, refere Miguel Seabra.
O procedimento aplicado passa pela injeção ocular do vírus, geneticamente modificado para transportar o gene em falta. Isto é, os doentes “têm uma mutação num gene que não funciona e a terapia genética faz uma substituição providenciando uma cópia de um gene bom”. Como é difícil introduzir estes genes nas células “usam-se vírus terapêuticos, de onde se tiraram os genes maus”.

Assim, a operação cirúrgica em si é“fazer uma injecção desses vírus nas células que se pretende curar”. Ao infetar com os vírus as células, estas“passam a expressar o gene e a funcionar normalmente”, descreve o médico.

Para além do primeiro doente tratado, mais 11 pessoas serão submetidas ao tratamento cirúrgico genético a um olho. Para evitar problemas de reações adversas “injeta-se um doente, tem-se a certeza que corre tudo bem, semanas depois injeta-se o próximo e por aí adiante”, explica Miguel Seabra.

A liderar o ensaio, Robert MacLaren, professor de Oftalmologia na Universidade de Oxford, “está a pensar fazer duas intervenções por mês”, acrescenta.

Resultados em dois anos

Sendo este um ensaio de fase 1, “teoricamente não é para divulgar resultados mas para saber se há algumas reações tóxicas ou adversas ao tratamento”. No entanto, uma vez que a função visual é medida, “se houver melhorias isso justifica avançar logo para fases 2 e 3”, explica Miguel Seabra.

Estima-se em cerca de 24 meses o prazo para saber se a degeneração foi interrompida completamente com o tratamento. “O ensaio está planeado para dois anos”, ao fim deste tempo é que vão surgir “resultados mesmo conclusivos”, afirma.

Preencha Esta Vida: Plataforma apoia deficientes motores


Preencha Esta Vida: Plataforma apoia deficientes motores



A Associação Salvador, instituição particular de solidariedade social, acaba de lançar uma plataforma destinada à entrega de cadeiras de rodas, computadores e outros equipamentos a pessoas com deficiência motora e em situações de carência financeira com a contribuição de todos os cidadãos.
O site de crowfunding, denominado Preencha Esta Vida, insere-se no projeto Ação Qualidade de Vida desenvolvido anualmente pela instituição.
 Uma vez que a associação não tem capacidade financeira para apoiar todos os casos que se candidatam a esse projeto, aqueles que são considerados mais urgentes e não receberam ajuda vão transitar para esta iniciativa, de modo a que toda a sociedade possa oferecer o seu donativo.
 A forma de doação é muito simples: esta deverá ser feita online, através de referência multibanco, sendo que o valor doado é dedutível no IRS para pessoas singulares e no IRC, no caso de ser feito por empresas.
 Esta nova plataforma compromete-se a apoiar um projeto de cada vez. À medida que um conseguir os apoios necessários, terá início o processo de angariação de fundos para o projeto seguinte.
 De acordo com o site do Preencha Esta Vida, 118 pessoas já contribuíram desde o começo da iniciativa, esta quarta-feira. Até agora, o valor angariado é de 5.281 euros.
Clique AQUI para aceder à plataforma.

Escola Alerta!” 2011 / 2012 (9ª edição)


Está aberto o Concurso "Escola Alerta!"  2011/2012.
Participe e concorra ao "Escola Alerta!" 2011/2012 contribuindo deste modo para a construção de uma sociedade para todos, através da promoção da igualdade de oportunidades, dos direitos humanos, em particular os direitos das pessoas com deficiência.
Para saber mais sobre os objectivos gerais deste projecto, consulta a página O Concurso "ESCOLA ALERTA!". Para conhecer os princípios que orientam e estruturam a sua 9.ª edição bem como as alterações que foram feitas a este concurso, recomenda-se a leitura da Nota Explicativa e do Regulamento 2011/2012, que se encontram disponíveis para descarregar. Para participar neste concurso, cada um dos estabelecimentos de ensino deve preencher  a Ficha de Identificação da Escola e trabalhos realizados, enviando-a com os trabalhos premiados para o endereço de correio electrónico inr@inr.mtss.pt, até ao dia 22 de Abril de 2012.
Documentos disponíveis para descarregar:
In: INR

Acção de Sensibilização "Voluntariado: deficiência e funcionalidade"


No âmbito da missão do Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P. (INR, IP),   e  da  promoção   dos direitos das pessoas com deficiência, informa-se a realização, no próximo dia 4 de Novembro, em Coimbra, (local a anunciar) de uma acção de sensibilização denominada "Voluntariado: deficiência e funcionalidade".
A acção de sensibilização é gratuita,  confere certificação  e tem um número limitado de 18  formandos.
Pode inscrever-se utilizando a ficha de inscrição e enviando-a para maria.m.monteiro@inr.mtss.pt
 ou inr@inr.mtss.pt , até ao dia 31 de Outubro de 2011.
In: INR

PCP condena eliminação de subsídio de professores do educação especial proposta no OE


O PCP condenou nesta quinta-feira a eliminação de um subsídio aos professores de educação especial que têm de deslocar-se entre várias escolas do mesmo agrupamento e a casa de alunos, uma medida incluída numa norma revogatória do Orçamento.
“Estamos a falar de professores especializados em educação especial, que acompanham crianças em casa, que se deslocam a casa das crianças, que prestam auxilio à família quer na escola quer fora da escola e que têm um subsídio, uma gratificação mensal, de 106 euros”, afirmou o deputado comunista Miguel Tiago. 
Os comunistas vão pedir a eliminação dessa norma revogatória em sede de discussão do Orçamento do Estado, considerando que ilustra a “insensibilidade e crueldade” do documento. 
“São pessoas que não recebem ao quilómetro que fazem, que se deslocam, muitas vezes, mais de 30 quilómetros entre a escola e as outras escolas do agrupamento que também têm que acompanhar e que ficarão sem esta gratificação”, sustentou, explicando que estes docentes têm necessariamente que deslocar-se entre escolas porque trabalham para todo o agrupamento. 
Para o PCP, este é “um elemento que demonstra bem que o Governo, na área da Educação, não só tem o objectivo do desmantelamento completo do serviço público como inclusivamente o faz sem qualquer tipo de pudor social”. 
Miguel Tiago considerou que não está a ser prestado “respeito pelo trabalho” dos docentes, nem pelos alunos, “crianças com necessidades educativas especiais e, neste caso particular, crianças com deficiência profunda”.
Comentário:
A publicação desta notícia não tem qualquer conotação política. Apenas é divulgada porque está relacionada com os professores de educação especial. Comparativamente ao texto original, tive a ousadia de substituir o termo "ensino especial" por "educação especial".
Quanto ao seu teor, e pensando nos motivos que supostamente levaram à criação do subsídio, no contexto atual, talvez seja um pouco descabido. No entanto, a ser anulado, deveria ser dada a possibilidade de os colegas que se deslocam, no mesmo dia, para várias escolas distanciadas serem compensados. 
Esta possibilidade já existe, na medida em que um docente não pode ter mais do que uma residência laboral (entende-se "local de trabalho") no mesmo dia. Em situação de ter de se deslocar para dois ou mais locais de trabalho, no mesmo dia, e as distâncias forem superiores a 7 km, deve preencher o boletim itinerário e ser ressarcido pelos gastos.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Até aos sete anos viveu fechada, só, entre porcaria. Hoje ainda não fala, mas já ri.


Dani numa imagem recente

85 por cento do cérebro desenvolve-se até aos cinco anos. Uma criança que cresça privada de estímulos fundamentais em matéria de socialização e linguagem nunca mais recupera. Os casos de 'meninos selvagens', felizmente, são raros, mas de vez em quando aparece um que nos faz arrepiar ou chorar. Um desses casos é o de Dani, a menina que foi descoberta num quarto sujo da Florida.
Danielle - nome por que era tratada, ou não, pela família - tinha quase sete anos quando uma denúncia anónima levou a polícia a sua casa. A assistente social que primeiro lá entrou teve de sair para se aliviar, física e emocionalmente. Os polícias não ficaram muito melhor. Um disse depois que era a pior cena que alguma vez encontrara.
Todo a casa fedia, com bocados de fezes espalhados pelo chão e pelas paredes. No meio disso, uma mãe e dois filhos crescidos não pareciam incomodados. E só ao fim de minutos indicaram aos visitantes um quarto ao fundo, de onde vinha uma espécie de gemido.
Nesse quarto - um espaço do tamanho do armário, que de mobília só tinha um velho colchão imundo, com molas saídas - estava a pequena Danielle. Olhar esquivo, desgrenhada, com insetos a passar-lhe por cima e usando apenas uma fralda suja, vivera ali a maior parte da sua curta vida.

Fatores puramente externos


A primeira preocupação dos polícias foi levar a criança ao hospital. Mas antes dirigiram à mãe uma pergunta: como foi capaz? Ela respondeu que fizera o seu melhor, antes de começar a gritar para não lhe levarem "a minha bebé".
No hospital, constatou-se que Danielle estava gravemente subnutrida. O peso era muito abaixo do normal para a idade, mas ela não conseguia engolir comida sólida, ou mastigar. Ficou a soro. Uma vez lavada e examinada, os médicos concluíram que nunca ultrapassaria a grave situação de deficiência em que a mãe a pusera.
Os problemas nada tinham a ver com qualquer fator físico. Originalmente, não havia nada de errado no corpo da rapariga - nenhuma doença, nenhum atraso. O modo como a criaram é que a danificou.
No tribunal, a mãe daria as suas explicações, nenhuma das quais fazia sentido. Só o facto de ela própria ter um Q.I. vizinho do atraso mental terá comovido as autoridades.

Uma ténue conexão


A mãe continuava a querer a filha. Mas as autoridades propuseram-lhe um acordo: se renunciasse aos seus direitos, não a mandavam para a cadeia. Recusando, arriscava vinte anos. Ela cedeu.
Danielle foi proposta para adoção. Num site oficial do estado da Florida, o seu retrato aparecia entre o de centenas de outras crianças. Algo terá comovido Diane e Bernie Lierow, um casal de trabalhadores que andava à procura de mais um filho para juntar aos quatro que tinham de casamentos anteriores.
Informados da história daquela criança, foram aconselhados a escolher outra. Mas persistiram. E quando finalmente a conheceram pessoalmente, sentiram que uma ténue conexão se estabelecera. Pelo menos a criança olhara. Ela normalmente não olhava para as pessoas.
Nos cinco anos desde então, a tarefa diária do casal, quando acabam o trabalho (ele remodela casas, ela faz limpezas) tem sido acompanhar o progresso de Dani, como lhe chamam.

"Não era tão mau que justificasse"


A princípio custou muito. Ela não sabia nada. Ensiná-la a ir à casa de banho foi especialmente difícil, mas outras coisas também requereram grande paciência. Afinal, a idade mental de Dani quando a encontraram eram algures entre seis e onze meses. Muitas das suas reações, a começar pelas birras, eram de bebé.
Hoje já vai às aulas de educação especial, já se encosta aos pais, já esboça uma ou outra palavra. Cada novo passo é duramente conquistado, pois o autismo ambiental não se vence num dia. Mas graças ao contacto com gente que a ama, e ao ambiente saudável --os Lierow vivem numa quinta; Dani adora cavalgar - o progresso é imenso.
A mãe biológica continua a lamentar a perda da filha. Ainda há tempos mostrou a um repórter o dossiê do processo. Um dos elementos que lá constam é o relatório da visita efetuada logo em 2002 por uma assistente social. A situação na altura já era parecida com a de 2005, mas não foi considerado necessário intervir.
Não era tão mau que justificasse, explicaram as autoridades. E mais três anos passaram até alguém perceber.

Os "21 especiais" de Famalicão

A língua gestual faz parte do plano curricular de uma turma de um escola básica do 1.º ciclo de Famalicão, naquela que foi a solução encontrada para a inclusão "a todos os níveis" dos quatro alunos que são surdos.
A solução foi de tal forma eficaz que agora os alunos até já aproveitam a língua gestual para "tirarem dúvidas" entre eles durante os testes, aproveitando eventuais desatenções dos professores.

Em causa está o 4º ano da escola do 1.º ciclo Conde S. Cosme, em Vila Nova de Famalicão, que tem 21 alunos, quatro dos quais com problemas de surdez.
Para a inclusão "a todos os níveis" destes quatro alunos, a escola decidiu ensinar toda a turma a comunicar por gestos.
Este projecto de inclusão, que começou no início do ano lectivo 2008/2009, resultou na edição de um livro "especial", intitulado "O Jardim Secreto dos Sons", que vai ser apresentado publicamente na próxima sexta feira.
"O livro tem 21 páginas, tantas quantas o número de alunos da turma. Cada página foi escrita por um aluno, conjuntamente com a respectiva família. São frases muito curtas, 'escritas' também em língua gestual, através de fotografias", explicou à Lusa Manuela Sarmento, professora de educação especial naquela escola.
O livro conta a história de Matilde, uma menina que trata de um jardim onde as palavras nem sempre eram ouvidas da mesma maneira.
Tudo começou no início do ano lectivo 2008/2009, quando os responsáveis da escola constataram que na turma do 1º ano havia quatro alunos surdos.
O "choque" inicial provocado pela situação foi rapidamente agarrado como um "desafio".
Com a ajuda uma formadora de língua gestual, a turma aprendeu a comunicar por gestos, passando até a intitular-se como "os 21 especiais".
Na sala, há uma rotatividade constante de cadeiras, de forma a que todos, com regularidade, tenham a seu lado os alunos com problemas de surdez.
"Os próprios alunos substituem muitas vezes os professores, é uma turma fantástica, com espírito de entreajuda e com bom aproveitamento", sublinhou Manuela Sarmento.
Essa "entreajuda" funciona até na altura dos testes ou das fichas, em que uma qualquer distracção da professora é aproveitada para os alunos "comunicarem" entre si as respostas.
A apresentação do livro "O Jardim Secreto dos Sons" contará com a presença do comentador e político Luís Marques Mendes.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Paraplégico volta a andar após transplante inédito


Um polícia militar brasileiro que ficou paraplégico na sequência da queda de um telhado, voltou recentemente a dar os primeiros passos depois de ter sido submetido a um transplante pioneiro de células estaminais em Salvador da Baía.
Durante nove anos, Maurício Ribeiro viveu sem ser capaz de realizar quaisquer movimentos da cintura para baixo, mas graças a um grupo de cientistas da Fundação Osvaldo Cruz, no laboratório do Hospital de São Rafael, na Baía, tem agora uma esperança renovada no futuro.
O transplante, feito há seis meses, consistiu na extração de células estaminais mesenquimais – células capazes de se transformar em osso, cartilagem, gordura ou tecido conectivo – do osso do quadril do paciente e, posteriormente, na injeção direta dessas mesmas células no local onde a coluna foi atingida.
Dois meses passados sobre a intervenção, resultado de dois anos de pesquisas, o militar conseguia já equilibrar-se sobre as pernas e era capaz de pedalar nas sessões de fisioterapia. Os progressos têm sido crescentes e, agora, Maurício voltou mesmo a andar com a ajuda de um andarilho.
“Eu dei um passo e senti-me estranho, porque depois de nove anos sem caminhar, perceber que estava a conseguir andar sobre as minhas próprias pernas… foi uma sensação muito boa”, confessou, emocionado, ao Jornal do Brasil.
Os médicos ainda não sabem se Maurício poderá voltar a andar normalmente. Porém, todos estão radiantes com os frutos do transplante, especialmente o próprio: “Para quem não tinha nenhuma perspetiva… hoje já tenho uma perspetiva de andar no andarilho, dar os primeiros passos, é sinal de que alguma coisa está a acontecer e, daqui para a frente, acho que só tende a melhorar”, concluiu.


Clique no link abaixo para ver uma reportagem do Jornal do Brasil sobre esta história
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In: Boas Notícias

São estórias do nosso mundo

Publico um texto enviado por Manuel Miranda.


São estórias do nosso mundo

Foi notícia que os pais de adolescentes andam muito preocupados com a beleza das suas filhas e filhos, pelo que os consultórios dos cirurgiões da plástica têm clientela.
São sinais dos tempos. São gerações que se deixaram emprenhar por publicidades, por exigências de estética que fenecem depressa.
Mas a moda marca vidas e por essas modas andam por aí muitas frustrações, muitos complexos, muitos desesperos.
Pois é neste mundo submetido a padrões de futilidade que aparece um livro com “estórias” de excluídos, lixos para os padrões da plástica. E são estórias do nosso mundo.
E o livro é “Tiagolas e outras estórias”.
É um livro diferente, porque tem estórias diferentes. Protagonistas sem fama, sem nome, pessoas com deficiência.
Jorge Seabra, médico e escritor, deu ao prefácio o título: “Estórias do Tiagolas e do nosso mundo”. E no desenvolvimento do prefácio afirma que a cultura, mesmo “apregoando valores de um pluralismo humanista, se formata e espartilha num individualismo agressivo e pouco solidário, que digere mal a diferença”.
E os tempos que correm são mesmo de um mundo que, julgando-se sabedor de tudo, recria valores de individualismo egoísta, rejeitando aqueles que se desviam dos padrões cotados pelos gabinetes da imagem.
Um mundo ávido de sucesso imediato que fez dos padrões da beleza valor supremo. Uma beleza submetida aos padrões definidos pela publicidade.
E neste mundo que se submeteu aos padrões definidos pela publicidade para espicaçar o consumo, cruzamo-nos na rua com frustrações de gente com complexos.
E são os pais que levam filhos ainda crianças ao aperfeiçoamento pela plástica.
É neste mundo de insatisfeitos que aparece um livro de “estórias”com  pais que se dedicam sem reservas, que nas palavras de Jorge Seabra, é um “mosaico de afectos e sensibilidades, preenchido de dificuldades quotidianas”.
E esse universo, tão pouco conhecido, preenche-se de um amor a filhos com deficiência, numa dedicação sem limites, que recusa o assistencialismo caritativo e repudia qualquer pedinchar de mão estendida que queira substituir a dignidade e os direitos que um ser humano merece.
“Numa escrita de leitura fácil, talvez literariamente fragmentada e desigual mas sempre cativante e sincera ficamos a compreender melhor a força inquebrantável de pais, que vivem as angústias e as incertezas do futuro que a deficiência profunda de um filho gera”.
Os Tiagolas deste mundo não estão no mundo dos bajuladores de modelos sociais, cada vez mais egoístas e desumanizados.
Jorge Seabra afirma que é “um livro útil para os profissionais ligados à assistência a deficientes, que a todos ensina algo de importante sobre o outro, interrogando-nos sobre o que somos e o que queremos ser, sobre o que construímos e o que queremos construir”.
As “estórias” narradas chamam à dignidade as pessoas com deficiência e os caminhos da dignidade levam à inclusão.
O livro desperta direitos, não valoriza a comiseração, a caridade, a mendicidade.
Sensibiliza, para que os deficientes sejam respeitados como seres humanos.
Apresenta situações das implicações sociais quando a educação das crianças com deficiência não é adequada.
Deve ser lido pelas pessoas com deficiência e pelos pais e familiares.
Nas páginas convivemos com pessoas que têm limitações nas áreas da adaptação, da comunicação, da autonomia, da independência pessoal, incapazes da sua subsistência.
São pessoas com funcionamento intelectual inferior ao da média.
São “estórias” de pais que trabalham e exercem profissões com o pensamento em casa e que lutam com dificuldade para não caírem no desânimo e no desespero.
São vidas que consomem depressa os ordenados que entram em casa.
 “Aos pais dos meninos com deficiência, os verdadeiros especialistas das suas crianças, este é o seu livro de bolso. Na estante ficarão os manuais teóricos e guias de orientação práticos, aqui ventilam-se emoções e procuram-se sucessos”, palavras da Dr.ª Joana Sá Ferreira (Médica, Interna de Psiquiatria do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Investigadora do Grupo de História e Sociologia da Ciência do Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra, CEIS20), a propósito do livro “Tiagolas e outras estórias”.
Um livro com protagonistas excluídos. E a exclusão chega ao ponto do livro não ter lugar em livrarias que se regem pelo lucro abundante. Aí as publicações de gente com fama, revistas com corpos esculturais têm lugar, não os Tiagolas deste mundo.
Para comprar o livro, procure-se nos contactos indicados no site da AFSD: www.cavaloazul.net, ou por mail: miranda.manel@gmail.com

Associação Salvador doa 100 mil euros

A Associação Salvador realizou esta terça-feira a cerimónia de entrega dos apoios ‘Acção Qualidade de Vida’ a 31 pessoas com necessidades especiais, no valor de 100 mil euros.

De acordo dom Salvador Mendes de Almeida, fundador da associação com o mesmo nome, a "quarta edição da iniciativa recebeu 124 candidaturas, cujos apoios solicitados totalizavam 935 mil euros".
Nesse sentido, e após um "esforço enorme para aumentar a verba disponível", a Associação conseguir reunir 100 mil euros, o montante mais elevado até ao momento.
Graças ao computador doado pela Associação Salvador, Domingos Djata, de 18 anos, terá mais condições para sorrir e lutar pela realização do seu sonho. "Quero ser operador de informática. Este computador vai-me dar a possibilidade de trabalhar com programas de engenharia informática, melhorar os meus conhecimentos e a minha qualidade de vida", revela o jovem natural de Santa Maria da Feira.
De modo a dar resposta aos mais de 60 pedidos não contemplados pela ‘Acção Qualidade de Vida', a associação Salvador lançou uma plataforma de ‘crowdfunding', através da qual qualquer pessoa pode contribuir com um donativo e ajudar a melhorar de forma inequívoca o projeto de vida de quem realmente precisa. Presente na cerimónia, o ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, quis dar o exemplo e doou, a título particular, 251 euros, como forma de apelar à solidariedade dos portugueses.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

“Menino gozado há um ano” - Criança de dez anos pôs fim à vida

"Há um ano que nos apercebemos de que as crianças gozavam com as orelhas do Rafael, mas pensávamos que era uma situação resolvida. É de lamentar, sinceramente. Ele era um menino querido". As palavras são de uma professora da Escola Pedro Santarém, em Benfica, Lisboa, onde estudava Rafael Pereira – a criança de dez anos que anteontem de manhã enrolou uma corrente ao pescoço e terminou com a vida quando estava em casa sozinho. Segundo uma vizinha, o menino estava "cansado de ser gozado".
Chocada com a notícia da morte do seu aluno, a docente disse ainda que Rafael era um estudante com "necessidades especiais e era acompanhado por um psiquiatra, mas nada fazia prever tal tragédia". O corpo de Rafael Pereira é hoje autopsiado no Instituto de Medicina Legal de Lisboa. "Custa acreditar que ele morreu", concluiu a professora, que não se quis identificar.(...)
A par da violência escolar (bullying) de que era alvo, física e psicológica, Rafael tinha ainda problemas relacionados com hiperactividade, o que lhe valia vários conflitos com os professores e colegas, que com ele frequentavam o 5º ano.
Na semana passada, a mãe tinha sido chamada pelo director de turma por causa de problemas com professores e colegas. De resto, ao que o nosso jornal apurou junto de vizinhos, a família é ajudada pela Segurança Social. Na casa da mãe de Rafael vivem mais duas tias e um sobrinho que ali vai passar alguns fins--de-semana – está institucionalizado. Rafael, filho único, quando podia visitava o pai no Alentejo. Este tem problemas de toxicodependência.

domingo, 23 de outubro de 2011

Défice no diagnóstico de casos de glaucoma

Progressivo e irreversível, o glaucoma é uma patologia crónica que afeta o nervo ótico e provoca alterações no campo visual que, em última análise, podem levar à perda total de visão. 

Apesar de não existirem dados concretos sobre a sua prevalência em Portugal, o Plano Nacional de Saúde da Visão 2004-2010 estima que existam 66 mil pessoas com glaucoma, metade das quais sem diagnóstico.
Segundo Manuela Carvalho, coordenadora do Grupo Português do Glaucoma da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, "estima-se que 50 por cento dos doentes com glaucoma não estejam diagnosticados", devido à "ausência de hábitos de consultas médicas oftalmológicas de rotina" e ao facto de esta ser uma "doença silenciosa e assintomática até fases muito tardias".
Tendo em conta que a procura de tratamento médico ocorre geralmente quando a doença se encontra num estado avançado, não é de estranhar que o glaucoma tenha um elevado impacto sócio-económico.
"A análise de custos diretos do diagnóstico e de tratamento da doença, como exames, consultas, cirurgias, internamento, apontam para valores de 455 a 623 euros por ano por doente nas fases precoces e 969 a 2511 euros nas fases tardias", revela a especialista.
SOBRECARGA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
O impacto do glaucoma na saúde pública irá aumentar, devido ao "aumento crescente da população idosa no País e ao facto de ser uma doença crónica, que necessita de vigilância para toda a vida", alerta a oftalmologista Manuela Carvalho. A especialista avisa que este panorama poderá conduzir a "uma sobrecarga acrescida dos serviços públicos" e à "inexistência de uma resposta atempada para todos".
70 MILHÕES DE CASOS NO MUNDO
Estima-se que entre 65 e 70 milhões de pessoas sofram de glaucoma em todo o Mundo. O número de novos casos por ano ascende aos 2,4 milhões.
MEDICAÇÃO ESSENCIAL
O não cumprimento da prescrição médica ou o cumprimento deficitário da mesma por esquecimento não evita a progressão da doença. 
DOENTES DEVEM PRATICAR DESPORTO
Os doentes com glaucoma devem praticar desporto, não fumar, não descurar a toma da medicação a tempo e horas e realizar, com frequência, massagens oculares sobre a pálpebra do olho.
DISCURSO DIRECTO
"RASTREIO EVITA O PIOR", João Pinheiro Dir. clín. Clínica Privada de Oftalmologia
Correio da Manhã – As pessoas que sofrem de glaucoma têm consciência da doença?
João Pinheiro – De forma alguma. O glaucoma, numa fase inicial, atinge apenas o campo visual periférico, pelo que o doente não se apercebe da perda visual e não tem qualquer dificuldade que o alerte para a situação.
– Os rastreios são uma forma de prevenir e de controlar qualquer problema visual?
– Esta é uma doença que, sem tratamento, leva à cegueira por atrofia, com perda total das fibras do nervo ótico. Apenas um diagnóstico precoce, um rastreio, permite evitar o pior.
– Que exames devem ser feitos para que o diagnóstico seja correcto?
– O rastreio deve incluir a medição da tensão ocular, avaliação direca do nervo ótico e do campo visual.
O MEU CASO: PAULO HENRIQUES
"O OLHO ESQUERDO POUCO OU NADA VÊ"
O que de início era apenas uma dificuldade acrescida em ler as legendas que desfilavam no rodapé do ecrã da televisão, pouco depois passou a ter nome: glaucoma. O diagnóstico, que ainda hoje o acompanha, determinou que, com apenas 28 anos, Paulo Henriques tivesse de começar a aplicar colírios anti-hipertensores e a fazer o tratamento com laser, para tentar travar o avanço da doença. No entanto, foi insuficiente. Paulo foi submetido a duas cirurgias oculares e hoje é acompanhado no Hospital Santo António dos Capuchos, em Lisboa.
"Em média, venho de dois em dois meses ao hospital, para a consulta de oftalmologia, para medir a tensão ocular e fazer exames ao campo visual. O olho esquerdo já pouco ou nada vê. É graças ao olho direito que consigo ler, conduzir, ter uma vida normal", explica Paulo Henriques, empregado de escritório, de 48 anos.
PERFIL
Paulo Henriques tem 48 anos, é empregado de escritório e reside em Lisboa. Já foi submetido a duas cirurgias e hoje é acompanhado no Hospital de Santo António dos Capuchos. 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

QI pode mudar drasticamente na adolescência



Estudo britânico contradiz a ideia de que o quociente de inteligência se mantém estável desde a infância, constatando que pode aumentar ou diminuir drasticamente durante a adolescência. 
O quociente de inteligência (QI) não se mantém estável ao longo da vida como se pensava, podendo sofrer alterações drásticas durante a adolescência, segundo um estudo da University College London divulgado na revista cientifica "Nature ".

A pesquisa - levada a cabo ao longo de quatro anos com 33 adolescentes voluntários - mostrou variações nos testes de QI, que chegaram a atingir os 23 pontos. Cerca de 21% dos participantes apresentaram mudanças significativas de resultados. As mudanças foram tanto no sentido do aumento como no da diminuição do nível de QI.
O estudo também analisou imagens de ressonância magnética, concluindo que as alterações de QI estão relacionadas com mudanças na estrutura do cérebro.

Exercitação da mente deve ser determinante 



Os investigadores ainda não sabem ao certo o que causa as alterações, mas estão bastante inclinados para que a educação e a exercitação da mente sejam determinantes.
Os resultados contradizem a lógica em que assenta o desenvolvimento dos testes de QI, que partem do principio que é definido e se mantém bastante estável a partir dos primeiros anos da infância.
As conclusões foram apresentadas no sentido de colocar em questão os exames efetuados na entrada do ensino secundário no Reino Unido, que eram encarados como um indicador do potencial académico dos alunos e do seu futuro profissional. Mas chamam igualmente a atenção para a importância da atividade mental mantida durante a adolescência.

ACAPO relança Revista Louis Braille


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Decorridos 10 anos da edição do último exemplar, a ACAPO relançou no dia do seu 22º aniversário, uma das mais marcantes publicações da história da Instituição. Trata-se de Louis Braille, uma revista especializada na área da deficiência visual, que regressa agora em versão digital e com uma periodicidade trimestral.
“Embora ancorada em princípios ligeiramente diferentes”, a nova publicação pretende assumir “a relevância de outros tempos, colmatando uma lacuna, no que concerne à produção e difusão de conhecimento relacionado com a deficiência visual”, tal como se lê no editorial do número 0 da revista, da autoria do Presidente da Direcção Nacional da ACAPO, Carlos Lopes.
Na edição número 0 da revista poderá ler uma entrevista à Presidente da União Mundial de Cegos; um artigo sobre acessibilidades; uma reportagem sobre o caso de sucesso do Grupo Jerónimo Martins na integração profissional de pessoas com deficiência visual; um artigo do médico oftalmologista Florindo Esperancinha, que faz uma retrospetiva dos avanços da oftalmologia nos últimos 20 anos; e uma reflexão de Graça Pegado, Professora Especializada na Área da Deficiência Visual, sobre a integração educativa dos alunos com deficiência visual. 

Via Ajudas