Coimbra vai receber, entre os dias 10 e 30 de Outubro, espetáculos de teatro e dança protagonizados por pessoas com doença mental, mostrando a arte como forma de reabilitação psicossocial.
O evento está inserido no projeto Saúde Mental e Arte do Programa Nacional para a Saúde Mental e envolve mais de 400 doentes e 29 instituições.
O objetivo é combater "o estigma" estando a arte ao serviço da reabilitação social dos indivíduos, sublinhou Álvaro Carvalho, diretor do programa nacional, durante a apresentação da programação, citado pela agência Lusa.
Nesse sentido, as criações que serão apresentadas têm de ser consideradas "como obras feitas por um cidadão", frisou, rejeitando uma diferenciação entre obras criadas por uma pessoa com doença mental ou sem doença mental.
Maria José Santos, de 52 anos, participa no grupo de teatro do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa há nove anos, tendo sido diagnosticada com a doença bipolar aos 30 anos.
"Tive muitas perdas. A sociedade também não se compadecia com as fragilidades próprias da doença e pode até ser cruel com as suas regras", contou, durante a apresentação do programa, salientando que mesmo com medicação sentia-se "estranha entre estranhos".
Os espetáculos serão exibidos no Teatro Académico Gil Vicente, no Teatro da Cerca de São Bernardo, no Instituto Português da Juventude e no Teatro Loucomotiva.
Para além da dança e do teatro, o projeto engloba ainda a exposição de obras de pintura e escultura de mais de 100 artistas com doença mental, que estarão em cinco espaços de Coimbra.
A iniciativa terá expostas as obras no átrio do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (12 de setembro a 10 de outubro), no Museu Nacional Machado de Castro (03 de outubro a 12 de outubro), na Casa Museu Bissaya Barreto (08 de outubro a 24 de outubro), no Museu da Ciência (10 de outubro a 05 de janeiro) e na Casa da Escrita (03 de novembro a 30 de novembro).
Clique AQUI para aceder ao programa completo.
In: Boas Notícias por indicação de Livresco
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