segunda-feira, 20 de abril de 2015

Portugal continua a estar no fim da tabela da UE na educação

Em oito anos, entre 2006 e 2014, a taxa de abandono escolar precoce em Portugal caiu mais de metade, mas por comparação a percentagem de jovens entre os 18 e os 24 anos que não têm ensino secundário e que não estão em ações de formação é a quarta maior da União Europeia, segundo confirmam dados divulgados nesta segunda-feira pelo Gabinete de Estatística da UE (Eurostat).

Em 2014, conforme já foi divulgado há dois meses pelo Instituto Nacional de Estatística INE), a taxa de abandono escolar precoce em Portugal desceu para 17,4%. Em 2006 era de 38,5%. Segundo o Eurostat, o país com maior abandono escolar em 2014 foi a Espanha (21,9%), seguido por Malta (20,4%), Roménia (18,1%), Portugal (17,4%) e Itália (15%).

Apesar de ter sido o país que mais reduziu o abandono por comparação a 2006, Portugal continua longe da meta apontada no âmbito da chamada Estratégia Europeia 2020: ter uma taxa de abandono escolar precoce de 10%. Outro dos objetivos para 2020 é o chegar aos 40% de licenciados na população entre os 30 e os 34 anos. No ano passado, esta percentagem era em Portugal de 31,3.

Quando foram conhecidos os dados do INE, em fevereiro passado, o Ministério da Educação e Ciência informou, em comunicado, que “o Governo manifesta-se confiante de que poderá ser possível cumprir este objetivo [10% em 20120], mesmo tendo em conta o atraso de Portugal quando a meta foi traçada”, há cinco anos. Segundo o MEC, para a redução deste indicador terá contribuído a frequência de cursos profissionais (à entrada do secundário metade dos alunos já escolhem esta via) e dos novos cursos vocacionais lançados por Nuno Crato.

No quadro da UE os países com menor abandono escolar são a Croácia (2,7%), Eslovénia (4,4%), Polónia (5,4%), República Checa (5,5,%) e Lituânia (5,9%). No conjunto, as metas nacionais para 2020 foram já atingidas no ano passado por 15 Estados da UE.

A informação divulgada nesta segunda-feira pelo Eurostat faz também o ponto de situação em relação a outro dos grandes objetivos traçados para 2020: cada país conseguir que pelo menos 40% da sua população entre os 30 e os 34 anos tenha completado o ensino superior. 

Por comparação a 2002, a percentagem dos que concluíram o ensino superior aumentou em todos os Estados-membros. Na Lituânia, Luxemburgo, Chipre e Irlanda ultrapassou os 50%. Em Portugal estava nos 31,3%, o sétimo pior resultado da UE, embora de novo com um dos maiores saltos por comparação a 2002, quando esta percentagem não ia por cá além dos 12,9%.

O Eurostat destaca ainda que 12 Estados-membros já cumpriram ou ultrapassaram a meta para 2020 no que respeita à percentagem de licenciados no grupo etário dos 30 aos 34 anos. Nestas idades, em todos os países da UE, as mulheres são mais numerosas do que os homens no grupo dos que concluíram no ensino superior em todos os países da UE.

Fonte: Público

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