Maria Castille Mention-Schaar, realizadora de Uma Turma Difícil, em estreia nos cinemas a partir (...).
Tinha a consciência de que quando estava a fazer o filme era inevitável a comparação com A Turma (2008), de Laurent Cantet? Ambos abordam o interior de uma turma de liceu dos nossos dias...
Marie Castille Mention-Schaar - Sim e... não! Para mim, não abordam a mesma coisa, mas sim... passa-se também numa sala de aulas. Agora, todos os filmes que se passam no interior de um apartamento não têm a mesma história. A única coisa que tem em comum com A Turma é essa coincidência. Vou ser mais explícita: o meu filme não tem nada que ver com o de Cantet. Quero dizer coisas diferentes acerca da escola. Temos pontos de vista distintos.
Como foi para o Ahmed ver o seu argumento ser transformado numa obra de cinema ainda durante a sua adolescência?
Ahmed Dramé - É um pouco surreal... Houve uma altura em que me interessei muito pelo cinema. Li argumentos, fui a castings e muitos diretores de castings acharam por bem fazer-me um desafio: porque não escreveres tu próprio a tua história? E assim foi, comecei a escrever cada vez que tinha tempo livre. A ideia foi construir uma base de argumento um pouco como quem escreve um diário íntimo, neste caso a história da minha turma que participa num concurso através de uma professora genial. O argumento é sobretudo a história de uma professora que quer mesmo que os seus alunos se tornem pessoas importantes. Diverti-me muito a tentar contar uma história que desse uma imagem positiva à juventude e à educação em França. A meu ver, podemos, afinal, ter professores incríveis que nos ajudam a evoluir a sermos jovens adultos. Este é um filme sobre a importância da escola. No começo, não queria escrever uma história sobre um concurso específico. Inclusive inventei um concurso qualquer - era mais simples. Depois, conheci a Marie e falámos muito. Ela interrogava-se por que razão tinha inventado um concurso. Mais tarde, contei-lhe que a minha turma participou de facto no concurso nacional de História da Resistência e Deportação e que essa era a base do meu desejo de contar esta história. E aí nasceu este filme.
Fonte: DN por indicação de Livresco
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