segunda-feira, 4 de maio de 2015

“É preciso dar tempo a estes pais”

"Mais vale morrer, quero ter outro bebé bom”. Quando os pais descobrem que o bebé que idealizaram tem uma deficiência profunda ou sofre de uma doença crónica grave, muitas vezes um primeiro filho, há muitos que passam pela fase de negação, diz a assistente social do departamento de pediatria do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, Laurinda Almeida.

Alguns pais afastam-se da criança nos primeiros tempos. “É preciso não julgar, é preciso dar tempo a estes pais. É um tempo para de adaptarem e se reorganizarem”. “As famílias passam por várias fases. No início há o receio de criarem uma ligação afetiva, têm medo, mas a ligação acaba por vir, naturalmente.”

O serviço social do departamento de pediatria do Santa Maria faz, desde o início, um trabalho de preparação destas famílias que vão ter a sua vida revolucionada. "Há que chamar avós, tios, para passar a ser um problema de todos e não apenas dos pais. Muitos precisam de ajuda psicológica”, nota a técnica.

Laurinda Almeida, lamenta, porém, que "em muitas famílias é comum começarem os dois e terminar só a mãe, acaba numa família monoparental”. “São pais que sobrevivem no limite da exaustão, mães que dormem aqui, rebenta com famílias.”
 
Fonte: Público

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