Duas semanas após o arranque do ano escolar, os sindicatos estimam em 400 mil o número de alunos que não têm professores. "Há por preencher entre 4 mil a 4500 lugares. A uma média de cem alunos por docente, são cerca de 400 mil alunos", disse Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof.
Entre as escolas sem aulas figuram o Agrupamento de Escolas de Casquilhos, no Barreiro, onde não há professores de Matemática e de Português do 6º ano. A falta de 53 professores na Escola Artística António Arroio levou ontem os alunos a concentrarem-se em frente ao Ministério da Educação. Na Av. 5 de Outubro, em Lisboa, compareceram vestidos de luto. No mesmo local, decorria uma manifestação de professores, promovida pelo Boicote & Cerco, que reclamavam o fim da Bolsa de Contratação de Escolas. Protestos similares ocorreram em Coimbra e no Porto.
A existência de erros neste mecanismo de admissão de docentes – já admitidos pelo ministro da Educação, Nuno Crato – vai levar os sindicatos a apresentar uma proposta aos deputados. O Parlamento "tem capacidade para fazer uma medida legal que resolva o problema", disse Mário Nogueira. A solução passa pelo recurso "à reserva de recrutamento que existe". "Há 30 mil professores sem colocação. Portanto, professores não faltam". Entre outros problemas nas escolas, há turmas lotadas – em Mafra, o problema impede que uma menina esteja no 1º ano; é "obrigada" a permanecer no jardim de infância, denuncia a mãe, Carla Silva.
In: CM por indicação de Livresco
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