O Plano de Acessibilidade Pedonal da Câmara Municipal de Lisboa prevê, entre outras medidas, a aplicação, ainda este ano, de um modelo de passadeiras acessíveis para peões com necessidades especiais, explicou à Lusa o coordenador do projeto.
Este modelo, que se encontra a ser desenvolvido pela autarquia, "está a ser adotado por cada vez mais serviços municipais e juntas de freguesia e tem dado origem a um número crescente de passadeiras adaptadas", disse (...) Pedro Homem de Gouveia, coordenador do plano.
Em causa estão fatores como o ressalto zero entre o passeio e a passadeira, para que os deficientes motores possam atravessar sozinhos sem terem medo de cair; o piso tátil no passeio, junto à passadeira, para que os cegos possam descobrir onde está a passadeira; uma melhor relação com o estacionamento e com as paragens de autocarro, de forma a garantir visibilidade para pessoas de baixa estatura, como idosos e crianças, e a inexistência de obstáculos à saída da passadeira, apontou o técnico.
A estes acrescem o "refúgio" com dimensões suficientes para que as pessoas tenham onde esperar até atravessar a estrada, o tempo suficiente para passarem, assim como a existência de um sinal sonoro que indica ser possível fazê-lo em segurança.
O objetivo é criar condições de acessibilidade e segurança às "passagens de peões de superfície e na sua área envolvente", que inclui o passeio, pode ler-se na proposta, a que a Lusa teve acesso.
Esta é uma das 39 ações do Plano Anual de Execução para 2014, documento orientador do Plano de Acessibilidade Pedonal (2014-2017) para o segundo semestre deste ano e que vai ser debatido hoje na reunião de câmara.
Para isso, está previsto um acordo com a Empresa Pública Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) para a realização de obras de adaptação das passadeiras existentes nas áreas que a entidade explora.
Pedro Homem de Gouveia destacou também o modelo de acalmia de tráfego, que será publicado em breve, e que se centra na redução da velocidade a que os condutores circulam na cidade, nomeadamente nas zonas residenciais, onde acontecem mais atropelamentos. Para o coordenador do plano, só através da redução de velocidades é que se pode diminuir o número e a gravidade dos atropelamentos.
No plano, lê-se que este modelo tem em vista não só "promover a segurança do peão no quotidiano", como também "salvaguardar o acesso eventual de veículos de emergência".
O modelo de estacionamento acessível é outra das ações abordadas na proposta e prevê "dar cumprimento ao disposto no Regulamento Geral de Estacionamento e Paragem na Via Pública", no que toca essencialmente aos lugares de estacionamento reservados para pessoas com deficiência.
Segundo o técnico, estes requisitos físicos prendem-se, por exemplo, com a sobrelargura necessária para abrir a porta do carro, de forma a que a pessoa consiga passar da viatura para a cadeira de rodas.
O Plano de Acessibilidade Pedonal define a estratégia da câmara para promover a acessibilidade em Lisboa até ao final de 2017, numa tentativa de cumprir as obrigações legais nas questões de inclusão e não discriminação das pessoas com deficiência.
In: DN por indicação de Livresco
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