Durante o seu mandato, 2.690 docentes conquistaram um lugar efectivo através de dois concursos de vinculação extraordinária para corrigir situações que o ministro admitiu serem "precárias" e um concurso quadrienal. É o maior número desde 2006 - quando entraram nos quadros 3.097 professores - e ainda vai aumentar, pois estão previstas mais duas vinculações para o próximo ano. Uma delas só para professores de Inglês.
Estas entradas não implicaram, porém, um aumento do número de professores. Antes pelo contrário. A verdade é que foi também durante esta tutela que se registou o maior corte de que há memória no corpo docente das escolas públicas. Hoje, há menos profissionais a leccionar no ensino público do que em 2010/2011, quando a ‘troika' chegou a Portugal. A redução drástica do número de contratados (ver quadro) e o aumento induzido das aposentações foram os dois contributos determinantes.
Segundo os dados do estudo do "Perfil do Docente 2012/2013", publicado há dias no site de estatísticas do Ministério da Educação, nos últimos três anos lectivos houve uma redução de 22.824 professores nas escolas públicas - menos 15%. Em 2012/2013, contavam-se 128.931 professores. O menor número, pelo menos, dos últimos 12 anos, segundo os dados próprio Ministério da Educação (ver infografia).
Nestes dados não estão ainda contabilizados, por exemplo, os 1.055 docentes que já saíram para aposentação entre Janeiro e Julho deste ano. Esta foi, aliás, uma das principais causas da redução do corpo docente. Durante o mandato de Nuno Crato - de acordo com um levantamento realizado pelo Diário Económico com base nas listas da Caixa Geral de Aposentações - houve 11.366 professores que saíram para aposentação. Mas este número explica apenas cerca de metade do corte global de dos últimos anos. A outra metade foi à conta da redução de contratados. Em 2012/2013 eram já menos 16.465 que em 2010/11.
Os dados do Ministério revelam ainda que a maior redução de professores na escola pública foi entre os docentes do 3ª ciclo e secundário. Há um ano havia menos 12.338 professores (15,2%) a dar aulas neste níveis de ensino do que 2010/11. De futuro, espera-se que estes números se reduzam ainda mais, tendo em conta que, há um ano, Nuno Crato revelou que as escolas tinham declarado 12 mil lugares excedentários.
In: Económico por indicação de Livresco
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