Apenas 2% dos alunos do ensino básico chumbaram no ano passado por causa dos exames nacionais. A esmagadora maioria das reprovações decorre das más notas obtidas ao longo do ano. Os dados são revelados (...) pelo presidente do Conselho Nacional de Educação, a uma semana do início das provas.
“Os dados que estamos a trabalhar, neste momento, no Conselho Nacional de Educação permitem dizer que, quer nos exames de 4º ano quer nos do 6º e 9º, a percentagem de alunos que chumba por ter mau desempenho nos exames não ultrapassa 2%”, avança David Justino.
“Em vez de estarmos a ir contra os exames, é irmos contra as avaliações que são feitas durante o ano. Têm a mania de ser muito exigentes e, depois, acabam por ser altamente seletivas. Eu estou preocupado porque, muitas vezes, é tanto teste durante o ano, que os miúdos não aprendem. Tem de haver aqui um equilíbrio”, critica.
Todos os anos chumbam 150 mil alunos do básico e do secundário. Preocupado com os números, o presidente do Conselho Nacional de Educação lançou, este ano, um desafio aos partidos, para que, em ano de eleições, discutam maneiras de reduzir os chumbos, que não promovem a aprendizagem e saem caros ao país.
Estes exames valem a pena?
A questão é colocada pela presidente da Associação Nacional de Professores, Paula Carqueja, para quem os exames nacionais constituem fator de perturbação na avaliação dos alunos ao longo do ano lectivo.
“Neste momento, o que se questiona é se vale a pena realmente existir esta prova, com este rigor e stress, que é colocado tanto para os alunos como para os docentes e para a escola" (...).
Até os pais são afetados, adianta Paula Carqueja, que critica ainda a altura do ano em que muitos exames são feitos. “São feitos em maio, ainda há muita matéria para todos os alunos e a partir daí há um desinteresse, porque os exames já foram feitos e torna-se complicado para os docentes para motivar e dar continuidade aos programas”, sustenta.
Na opinião da presidente da Associação Nacional de Professores, as provas nacionais não deveriam existir e a aposta deveria ser nas avaliações contínuas, “que são de proximidade”.
Ao contrário de David Justino, Paula Carqueja defende que “as avaliações estão bem adaptadas”.
Mas o essencial, acrescenta, é que os alunos percebam, logo “no início de cada ano, que as regras estão bem definidas” e que não trabalhem só para o exame.
Fonte: RR
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