As notícias têm dado eco da prisão de uma mãe que, por outros motivos, mantinha fechado, há vários anos, talvez oito, um filho de 38 anos num compartimento da cave de casa sem condições (Mulher diz que prendeu filho na cave para o proteger). O filho sofrerá de algum distúrbio psíquico e, segundo a progenitora, este terá sido isolado apenas para o proteger, já que seria muito agressivo.
Esta notícia choca, sobretudo pela brutal desumanidade do ato, pelo isolamento social provocado por esta mãe e pelo facto de, com a idade atual do filho, ainda não ter ultrapassado a aparente fase do luto.
Poderemos questionar-nos se terá havido negligência por parte de instituições sociais e de solidariedade na falta de apoio e de acompanhamento do caso, quer ao filho, quer à mãe. Não é pelo facto da mãe se recusar receber as representantes da assistência social que estas justificam o abandono de um caso como este. Se houve negligência, é grave na sociedade atual.
Aparentemente, para além do filho, também a mãe precisaria de acompanhamento. Poderemos pensar que se trata de um caso isolado. No entanto, vamo-nos confrontando amiúde com notícias deste género, inaceitáveis e horrendas para uma sociedade atual, onde alguns continuam sem voz, socialmente excluídos pela própria família. Parece um paradoxo, na medida em que todas os discursos sociais, políticos, económicos, educativos usam e abusam, por vezes, da palavra "inclusão". Como diz o ditado popular, olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço!
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