Os canais infanto-juvenis Disney Channel e Disney Junior legendaram algumas das séries, para que as crianças e pessoas surdas possam entender os programas.
Segundo José Serôdio, presidente do Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), estava previsto que esta funcionalidade entrasse em funcionamento no próximo ano, mas a Disney Portugal antecipou a data para coincidir com o Dia Mundial da Criança.
A decisão surgiu depois do apelo feito por Rui Pinheiro, um pai que é surdo, aos canais, que queria assistir aos programas na companhia da filha. O pedido foi feito em dezembro de 2014 e gerou uma onda de solidariedade nas redes sociais.
Rui Pinheiro assumiu então a questão como "uma missão" e desafiou várias entidades a apoiarem esta causa, que responderam logo ao desafio. Uma dessas entidades foi INR, que supervisiona as políticas para a deficiência. Entre as séries que receberam legendas estão "Violetta" e "Star Wars Rebels", do Disney Channel, e "Doutora Brinquedos" e "A Casa do Mickey Mouse", do Disney Junior.
José Serôdio lembrou que a RTP tem "desde há muitos anos" o sistema de teletexto que permite às pessoas surdas acompanhar alguns programas que não são legendados, nomeadamente os programas infantis e de informação que não têm intérprete de língua gestual.
"Com o surgimento das televisões por cabo começaram a surgir outras televisões que têm outro tipo de programação", disse o presidente do INR, dando como exemplo o Disney Channel e o Disney Júnior em que, numa primeira fase, as séries eram em inglês e tinham legendagem.
Posteriormente, "com a política de que as crianças devem aprender mais rápido" a Língua Portuguesa, passaram a ser traduzidos e dobrados para português, o que fez com que as crianças surdas deixassem de poder compreender os programas.
José Serôdio salientou a importância de os programas serem legendados para que possam ser seguidos pelos surdos, mas também por crianças com algum tipo de necessidades especiais.
O INR tem vindo a pugnar junto da Entidade Reguladora para a Comunicação Social para que fossem incluídas nos programas das televisões nacionais a áudio descrição, a legendagem, a língua gestual e a linguagem fácil.
"É um trabalho que tem sido feito nos últimos anos e que tem sido gradualmente introduzido nas diversas televisões de acordo com as disponibilidades", disse.
"Tem havido um grande aumento de língua gestual e da legendagem na televisão pública e que tem sido seguida pelos canais privados. Esperemos que também seja alargada a outros canais e às outras produtoras de programas que estão nos canais codificados", rematou o presidente do INR.
Fonte: JN por indicação de Livresco
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