A carga horária dos alunos do 10.º ano é muito elevada, alguns programas são muito extensos e o sucesso escolar poderia ser mais facilmente atingido com turmas mais pequenas, revela um estudo divulgado esta quarta-feira.
Estas são algumas das conclusões do estudo "Cursos Científico-Humanísticos e o alargamento da escolaridade obrigatória - medidas educativas de inclusão", que teve por base respostas de 4676 estudantes portugueses, que no ano letivo passado frequentavam o 10.º ano.
A carga horária excessiva, a extensão dos programas e o elevado número de alunos por turma são alguns dos problemas apontados por alunos, diretores de escolas e pais, também entrevistados para o trabalho coordenado por Marília Cid, do Centro de Investigação em Educação e Psicologia, da Universidade de Évora.
Sobre a carga horária, "dizem que não lhes deixa muito tempo para estudarem ou fazerem outras atividades fora da sala de aula", contou à agência Lusa Marília Cid.
Os alunos e psicólogos entendem ainda que "a articulação entre o básico e o secundário não está muito bem conseguida" e que as notas tendem a baixar quando chegam ao secundário.
Os estudantes querem exigência e rigor na preparação para o futuro, mas mais de metade admite estar descontente com as notas: "Sentem-se satisfeitos com as escolhas feitas, mas depois sentem uma grande diferença em relação ao ensino básico", disse. (...)
A estabilidade do corpo docente e o clima na escola foram outras das sugestões feitas, sendo que os alunos acrescentaram ainda a "importância de uma boa relação com os professores e a competência pedagógica dos docentes".
Muitos alunos sentem-se perdidos no momento de decidir o seu futuro e por isso sugerem uma "melhoria na orientação da vocação profissional". (...)
O estudo, que não inquiriu os alunos dos cursos profissionais, mostra que a maioria dos estudantes estaria a estudar mesmo que o ensino não fosse obrigatório até aos 18 anos. No entanto, existe uma pequena franja de estudantes que admite que, se a situação económica fosse diferente, deixariam de estudar.
"Se as oportunidades de trabalho fossem diferentes, alguns alunos dizem que não estariam a estudar", contou a coordenadora do estudo elaborado através de um protocolo com a Direção Geral da Educação do Ministério da Educação e Ciência (MEC).
In: JN
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