Um estudo da Universidade do Minho conclui que as cantinas escolares do ensino básico servem refeições "pobres em calorias" devido à "falta" de formação profissional e aos "limitados" recursos financeiros para os refeitórios escolares.
Segundo um comunicado que a UMinho enviou, esta quarta-feira (...), o estudo - feito pelo Centro de Investigação em Estudos da Criança da instituição minhota e que incidiu sobre o comportamento alimentar de 500 crianças e adolescentes entre os 10 e os 17 anos - concluiu ainda que os estudantes, sobretudo as raparigas, deixam parte da refeição no prato, desperdiçando 15% dos alimentos fornecidos.
A investigação, centrada numa escola do Alentejo, aponta que as refeições servidas a alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico têm "valores muito abaixo do recomendando" no que toca a lípidos e hidratos de carbono. Acrescenta que as proteínas "correspondem apenas à quantidade necessária para alunos mais novos".
As responsáveis pelo estudo, Elsa Reis e Graça S. Carvalho, consideram que o problema da insuficiência nutricional das refeições deve-se, entre outras causas, "à falta de formação profissional à inexistência de fichas técnicas das refeições e aos limitados recursos financeiros para os refeitórios escolares, associados ao reduzido preço pago pelos utilizadores e aos gastos que as empresas têm que suportar".
A investigação aponta também que "mais de um terço das ementas não continha todas as informações nutricionais e, por vezes, não correspondia às refeições efetivamente servidas".
A pesquisa, realça a academia minhota, demonstrou igualmente "disparidades no consumo mediante o género e a idade, sendo que as raparigas tendem a consumir mais sopa e vegetais e os rapazes mais pão e fruta".
Já os alunos mais novos do 2.º ciclo "consomem alimentos mais saudáveis que os do 3.º ciclo, ingerindo com maior frequência peixe, acompanhamento de vegetais e fruta", refere o texto.
Entre os que mais utilizam os refeitórios, informa o comunicado, "estão os alunos que residem fora da localidade da escola, bem como os que recebem a senha de almoço gratuitamente, traduzindo-se num importante suporte a elementos oriundos de famílias mais desfavorecidas".
In: JN por indicação de Livresco
Sem comentários:
Enviar um comentário