quinta-feira, 1 de maio de 2014

Cantinas escolares servem refeições pobres em calorias, revela estudo

Um estudo da Universidade do Minho conclui que as cantinas escolares do ensino básico servem refeições "pobres em calorias" devido à "falta" de formação profissional e aos "limitados" recursos financeiros para os refeitórios escolares.

Segundo um comunicado que a UMinho enviou, esta quarta-feira (...), o estudo - feito pelo Centro de Investigação em Estudos da Criança da instituição minhota e que incidiu sobre o comportamento alimentar de 500 crianças e adolescentes entre os 10 e os 17 anos - concluiu ainda que os estudantes, sobretudo as raparigas, deixam parte da refeição no prato, desperdiçando 15% dos alimentos fornecidos.

A investigação, centrada numa escola do Alentejo, aponta que as refeições servidas a alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico têm "valores muito abaixo do recomendando" no que toca a lípidos e hidratos de carbono. Acrescenta que as proteínas "correspondem apenas à quantidade necessária para alunos mais novos".

As responsáveis pelo estudo, Elsa Reis e Graça S. Carvalho, consideram que o problema da insuficiência nutricional das refeições deve-se, entre outras causas, "à falta de formação profissional à inexistência de fichas técnicas das refeições e aos limitados recursos financeiros para os refeitórios escolares, associados ao reduzido preço pago pelos utilizadores e aos gastos que as empresas têm que suportar".

A investigação aponta também que "mais de um terço das ementas não continha todas as informações nutricionais e, por vezes, não correspondia às refeições efetivamente servidas".

A pesquisa, realça a academia minhota, demonstrou igualmente "disparidades no consumo mediante o género e a idade, sendo que as raparigas tendem a consumir mais sopa e vegetais e os rapazes mais pão e fruta".

Já os alunos mais novos do 2.º ciclo "consomem alimentos mais saudáveis que os do 3.º ciclo, ingerindo com maior frequência peixe, acompanhamento de vegetais e fruta", refere o texto.

Entre os que mais utilizam os refeitórios, informa o comunicado, "estão os alunos que residem fora da localidade da escola, bem como os que recebem a senha de almoço gratuitamente, traduzindo-se num importante suporte a elementos oriundos de famílias mais desfavorecidas".
In: JN por indicação de Livresco

Sem comentários: