Portugal apresenta um conjunto de condições naturais e perfil histórico que o dotam de uma capacidade intrínseca de potenciar a náutica como uma hereditariedade nacional, quer no âmbito da economia, quer no âmbito da cultura, e onde o desporto assume um papel essencial.
Os três mil quilómetros de costa e as centenas de rios e planos de água existentes no território nacional, são um palco de manifestações desportivas, que ao nível da formação e competição, quer no quadro turístico e recreativo, que devem ser exponencialmente explorados e acima de tudo melhorados em termos de oferta, imagem e acessibilidade. O movimento associativo desportivo, nomeadamente os vários clubes e associações que se dedicam à prática de desportes náuticos, têm apresentado uma aposta forte e sincera, num campo desportivo que ainda não está totalmente potencializado, e que requer um estudo e um planeamento minucioso, com objetivos de projetar a médio longo prazo uma estratégia de desenvolvimento náutico desportivo para Portugal.
Neste quadro devem ser avaliadas as acessibilidades ao desporto náutico, não só ao nível das barreiras físicas e arquitetónicas, mas também sociais e culturais. O Instituto do Território, através da sua Agencia Independente para o Desporto e Mar, organizou um estudo com o apoio dos seus vários parceiros, envolvendo as Federações Desportivas Nacionais e os seus clubes e associações, no âmbito de um inquérito avaliativo da acessibilidade à prática desportiva náutica. Apesar dos dados obtidos ainda não explanarem a totalidade existente no nosso território, surgiu uma necessidade de melhorar e aprofundar esse estudo, tendo em conta os resultados obtidos: é evidenciado uma carência de melhoria quer no plano físico quer na formação e adequação dos processos de ensino ao nível da náutica desportiva.
O acesso aos locais, clubes e centros náuticos carecem de uma identificação mais direta. As instalações, acessos exteriores e interiores, e o próprio acesso ao plano de água, são ainda um problema, que em alguns casos engenhosamente resolvido, mas sem uma estratégia patente ou divulgada, como se vivêssemos isolados uns dos outros. Ao nível das barreiras sociais o problema também ainda não foi sanado. As Federações Desportivas começam a integrar na sua prática regular pessoas com deficiência, porém ainda estão em desenvolvimento os referenciais de formação de técnicos e treinadores para a formação de praticantes, que são essenciais na sensibilização e na inclusão desta população, que em termos percentuais atinge os 10% em Portugal.
No Montijo realiza-se o VII Campo Aberto de Canoagem no Montijo, dias 6 e 7 de Junho, contanto este ano com as 1ªs Jornadas de Náutica para Todos. A organização cabe ao Clube Atlético do Montijo, à Câmara Municipal do Montijo e parceria da FENACERCI, contanto com várias Federações Desportivas, Universidades e boas práticas.
Aproveite para participar e saber qual o rumo e trabalho desenvolvido nesta área até ao momento, na Península de Setúbal e não só!
In: Setúbal na Rede por indicação de Livresco
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