Habituada a escrever para crianças e jovens e a falar sobre os seus livros em escolas, Maria Teresa Maia Gonzalez diz que o segredo para falar aos mais novos de temas mais complexos é “chegar-lhes ao coração pela ternura e pelo humor”, sendo essa a “receita” que tem seguido, mesmo quando escreve sobre temas religiosos e de fé.
A escritora garante que as crianças gostam de falar de tudo, mesmo das coisas mais difíceis: “Elas falam e gostam de falar de assuntos importantes, como a vida, a morte, as doenças, dos desafios da nossa vida, os grandes mistérios”
Essa foi uma das razões que a levou a escrever “Os irmãos de Matilde”, que conta a história de uma criança internada nos cuidados paliativos de um hospital pediátrico.
O desafio foi-lhe lançado por frei Hermínio Araújo, franciscano, que assina o prefácio do livro. Para o presidente da Fundação Domus Fraternita,s “era importante haver livros para colocar na mão das pessoas que estão nessa fase da vida, crianças também”.
A escritora diz que o livro “pretende ser, sobretudo, uma celebração da vida” e fala da morte “com abertura e com esperança, porque é isso que um cristão faz”. Mostra que “mesmo o sofrimento tem um sentido”, que esta fase pode ser vivida com qualidade de vida e com dignidade “experimentando a grandeza do amor de Deus, da alegria”.
O livro é dedicado “a todas as crianças em cuidados paliativos, seus familiares e equipas de cuidadores”, porque, nestes casos, quem sofre não é apenas o doente.
A autora espera que o livro também seja lido pelos profissionais de saúde: “Espero, sinceramente, que sim, porque este livro é também uma homenagem a eles, que têm um papel tão importante”.
“Os irmãos de Matilde” é uma edição da Verbo e tem ilustrações de Catarina Correia Marques.
In: RR por indicação de Livresco
Sem comentários:
Enviar um comentário