Segundo um estudo da Federação Portuguesa de Autismo, que faz um raio-X da realidade das famílias portuguesas que convivem com o doente autista, os apoios estatais são insuficientes para suportar despesas, num lar onde a carreira profissional é afetada. A 2 de abril assinala-se o Dia Mundial da Consciencialização do Autismo.
Uma pesquisa da Federação Portuguesa de Autismo – que Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, assinalado nesta quarta-feira – conclui que uma família necessita de 371 euros mensais, em média, para suportar despesas relacionadas com o acompanhamento de crianças ou jovens autistas.
Grande parte desta verba é destinada ao pagamento de tratamentos e terapias, segundo esclarece Isabel Cotinelli Telmo, presidente da Federação Portuguesa de Autismo (FPDA). Em virtude da carência de meios financeiros, as famílias veem-se na contingência, muitas vezes, de suspender esses tratamentos.
Além do facto de os apoios do Estado cobrirem, em média, apenas 50 por cento das despesas das famílias portuguesas (apenas para custear os tratamentos da criança ou jovem autista), há outros fatores sociológicos que se levantam.
Os pais são muitas vezes obrigados a dedicarem-se a tempo inteiro aos filhos, o que os impossibilita de seguirem uma carreira profissional. Há 20 por cento de agregados onde um dos elementos opta por deixar o emprego. Igual percentagem de pais ou mães apenas consegue emprego em part-time.
E a esmagadora maioria dos entrevistados, neste estudo da Federação Portuguesa de Autismo, revela que a sua carreira profissional foi abalada com o diagnóstico de autismo no filho.
O estudo chama-se ‘Qualidade de Vida das famílias com crianças e jovens com perturbações do espectro do autismo em Portugal: Diagnóstico e impactos sociais e económicos’.
Foi realizado no último trimestre do ano passado, sendo que participaram no mesmo mais de 300 famílias portuguesas. O estudo vai ser apresentado nesta quarta-feira, na Fundação Calouste de Gulbenkian, em Lisboa.
A 2 de abril assinala-se o Dia Mundial para a Consciencialização do Autismo e a realidade portuguesa deve suscitar uma forte reflexão. Estima-se que em Portugal haja mais de 2000 doentes autistas. No entanto, esta estimativa pode estar aquém da realidade.
In: PTJornal por indicação de Livresco
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