Partilho o documento "Manual de Apoio à Aprendizagem Flexível durante a Interrupção do Ensino Regular", publicado pela UNESCO.
Para o enquadramento, reproduz-se o sumário executivo.
Os surtos de doenças pandémicas, em larga escala, os desastres naturais ou a poluição severa do ar ocorreram em todo o mundo, afetando não apenas a saúde humana, mas também o setor educativo. Por exemplo, no final de 2002, a SARS afetou vários países. Para conter o vírus, o ensino presencial foi banido em várias regiões da China. Da mesma forma, em 2009, o surto de gripe H1N1 afetou várias pessoas em todo o mundo, tendo levado ao encerramento de escolas em muitos países e áreas, como a Bulgária, a China, a França, a Itália, o Japão, a Nova Zelândia, a Sérvia, a África do Sul, a Tailândia, o Reino Unido e os Estados Unidos (Cauchemez et al., 2014). No final de 2019, à medida que o Coronavírus (COVID-19) se foi espalhando rapidamente por todo o mundo, causando a morte de mais de 3000 pessoas, diversos países iniciaram várias estratégias para conter o vírus, incluindo o encerramento de escolas. A UNESCO declarou, a 12 de março, que 46 países, em cinco continentes diferentes, anunciaram o encerramento de escolas para conter a disseminação do COVID-19. Mais especificamente, 26 países fecharam completamente as escolas em todo o país, afetando o processo de aprendizagem de quase 376,9 milhões de crianças e jovens que normalmente frequentavam escolas. Outros 20 países fecharam parcialmente escolas (encerramento localizado de escolas) para impedirem ou conterem a disseminação do COVID-19. Em particular, 500 milhões de crianças e jovens poderão ficar impedidos de frequentar as suas escolas, se esses 20 países também solicitarem o encerramento de escolas a nível nacional.
As organizações internacionais têm vindo a prestar especial atenção a este assunto, relacionado com a “resposta da educação em crises e emergências”. A UNESCO afirmou na Declaração de Incheon: Educação 2030 que os países devem “providenciar modos alternativos de aprendizagem e de educação para crianças e adolescentes, que estejam a frequentar os níveis básico ou secundário de educação e implementar programas de equivalência, reconhecidos e credenciados pelos Estados, de modo a garantirem aprendizagens flexíveis tanto em ambientes formais como não formais, inclusive em situações de emergência.”
Especificamente na China, para conter o COVID-19, o governo baniu as atividades presenciais, incluindo o ensino. O Ministério da Educação da China lançou uma iniciativa intitulada “Aulas interrompidas, aprendizagem ininterrupta” com o intuito de proporcionar aprendizagem online flexível a centenas de milhões de estudantes nas suas casas. Inspirado na solidariedade conjunta e nas experiências inovadoras de milhões de professores e alunos, este manual tem como objetivo definir o termo “aprendizagem flexível” através de exemplos vividos e histórias emocionantes. O manual descreve várias estratégias flexíveis de aprendizagem online implementadas durante o surto de COVID-19. Essas estratégias são apresentadas com base em seis dimensões, nomeadamente: (a) infraestrutura, (b) ferramentas de aprendizagem, (c) recursos de aprendizagem, (d) métodos de ensino e de aprendizagem, (e) serviços para professores e alunos e (f) cooperação entre empresas, governos e escolas. De forma específica, este manual pode ajudar outros professores, investigadores e profissionais a implementarem estudos de caso similares nos seus contextos. Por fim, este manual, tendo por base a experiência prática, demonstra diferentes tipos de colaboração entre vários setores (governamental, telecomunicações, empresas, etc.), com o intuito de proporcionar uma educação eficaz e inclusiva em caso de emergência, como o COVID-19.
Agradeço à Luísa Leitão a partilha do documento.
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