Um quinto dos pais que participaram num inquérito sobre o impacto da pandemia covid-19 observa maiores níveis de ansiedade nos filhos desde o início do isolamento, conclui um estudo do Observatório de Políticas de Educação e Formação (OP.EDU).
Outro quinto dos inquiridos assinala que os seus filhos andam mais agitados, concluem os investigadores, nos primeiros resultados de um estudo sobre o impacto da pandemia covid-19 no sistema de ensino português do OP.EDU, que junta o Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento (CeiED), da Universidade Lusófona, e o Centro de Estudos Sociais (CES), da Universidade de Coimbra.
Apesar disso, cerca de metade (53%) dos pais ou encarregados de educação "não tem notado alterações de comportamento em relação ao que ocorria antes do isolamento"
Estes resultados contam com uma amostra de quase 900 encarregados de educação, com respostas ao inquérito entre 23 e 28 de março, sendo que 80% das crianças frequentam a escola pública.
De acordo com os resultados do inquérito a que a agência Lusa teve acesso, cerca de um terço dos alunos "não tem saído mesmo de casa" desde que as escolas encerraram e 42,3% não tem saído a não ser para o jardim ou quintal ou parque de estacionamento da habitação.
Quase dois terços dos alunos (64,7%) "já manifestaram expressamente aos pais o desejo de regressar à escola logo que possível", refere o estudo, realizado pelos investigadores Ana Benavente, Paulo Peixoto e Rui Machado Gomes.
Face à pandemia da covid-19, o OP.EDU está a acompanhar o impacto no sistema de ensino nacional, do pré-escolar até ao ensino superior, tendo lançado um questionário online (https://surveys.uc.pt/index.php/537111) para auscultar opiniões e perceções de pais e encarregados de educação, alunos e comunidade.
Segundo um dos investigadores da equipa Rui Machado Gomes, irão sendo divulgados nos próximos dias mais dados do questionário, que neste momento já conta com cerca de 2.300 participantes, abordando questões como a avaliação da experiência dos filhos terem aulas em casa, a decisão do fecho das escolas ou, no caso das crianças, como é que lidam com as mudanças e como é que se informam ou não sobre o que se está a passar.
"Queremos perceber como é que as pessoas estão a lidar com estas mudanças", disse à agência Lusa o investigador, referindo que também haverá resultados de inquiridos menores de 16 anos e para maiores de 16 anos que estejam no ensino secundário ou no ensino superior.
O inquérito também vai contar com um acompanhamento dos inquiridos, seja para notar a mudança de opinião relativamente a alguma das questões abordadas ou para abordar assuntos que não foram ainda tratados, explicou. (...)
Fonte: Expresso por indicação de Livresco
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