Segundo Sofia Oliveira, a recente aposta de Portugal no ensino vocacional, que tem uma componente prática muito superior à dos cursos profissionais, poderá vir a aumentar a diferença salarial em início de carreira entre os que completam esta formação e aqueles que seguem o ensino regular. “No entanto é mais difícil prever como os salários evoluirão ao longo da vida profissional”, frisa, lembrando que os cursos vocacionais “têm uma componente de formação geral reduzida”.
Para Sofia Oliveira, o que já se sabe sobre os impactos na vida profissional de ambas as formações impõe que se redefinam políticas, nomeadamente garantido que os estudantes que sigam as vias vocacionais tenham uma componente geral de formação que seja relevante e exigente. Por outro lado, frisa, para que o ensino vocacional tenha sucesso em Portugal e para que o “prémio" salarial daí resultante aumente, “é necessário alinhar a oferta de formação com as necessidades das atividades económica, e investir na credibilidade deste ramo de educação”.
Tanto investigadores, como diretores de escolas, têm criticado este modelo: ao ser essencialmente dirigido a alunos com insucesso escolar, o ensino vocacional tende a ser a visto como “uma oferta de segunda”; por outro lado, não está garantida a qualidade da sua formação prática, já que muitas vezes esta é feita em grande parte nas escolas, em vez de nas empresas, e aquelas não têm condições para a garantir.
Também as expectativas manifestadas pelas empresas deixam a desejar. Um inquérito recente desenvolvido pela Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino profissional a 1630 empresas, destinado a ajustar a oferta dos cursos profissionais às necessidades do mercado de trabalho, teve este resultado: a maioria indicou que as qualificações que mais procuravam estavam relacionadas com o comércio e a restauração.
Fonte: Extrato de notícia do Público
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