O Ministério da Saúde está a ultimar um diploma que permitirá alargar os cuidados continuados aos doentes mentais, substituindo o internamento nos grandes hospitais psiquiátricos por apoios diversos junto da comunidade onde residem.
"Estamos a desenvolver os cuidados continuados em saúde mental. O diploma está na fase final de aprovação e vai ter financiamento, com um valor que não está ainda determinado", disse hoje a ministra Ana Jorge, na inauguração da Unidade de Psiquiatria e Saúde Mental de Torres Vedras.
"A par e passo vamos conseguir descentralizar e desinstitucionalizar os doentes para que cada vez mais haja menos doentes internados", afirmou, recusando as críticas feitas hoje ao Jornal de Notícias pelo director do Serviço de Psiquiatria do Hospital Júlio de Matos.
José Jara disse que a reforma da psiquiatria "visa apenas poupar dinheiro" e que, com a redução do número de internamentos, "a situação é grave porque há doentes que carecem de protecção institucional em permanência".
Esta visão de "pessoas com esquizofrenia ou doença bipolar depositadas" em hospitais psiquiátricos, como o Júlio de Matos, "não é aceitável", frisou o coordenador do Programa Nacional da Saúde Mental, José Miguel Caldas Almeida.
"Essas pessoas devem estar com as famílias, desde que estas tenham apoio e serviços perto, ou devem estar em unidades residenciais onde possam ter os cuidados de que necessitam", defendeu.
Aproximar os cuidados de saúde mental dos doentes, através da descentralização de serviços ou de cuidados continuados que possam ser prestados em estreita ligação com os centros de saúde, é o principal objectivo da reforma da psiquiatria.
"Porque os serviços ainda estão muito inacessíveis e centrados nos grandes hospitais psiquiátricos, muitos doentes mentais graves continuam sem tratamento em Portugal", alertou o coordenador.
Neste sentido, a ministra anunciou uma linha de apoio de cinco milhões de euros para incentivar a criação de novas unidades locais de saúde mental, com o intuito de passar a haver "um melhor acompanhamento [dos doentes crónicos] após a alta junto da comunidade" e assim reduzir o tempo de internamento.
Só no Centro hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, de que depende a unidade torriense, a reforma permitiu reduzir o número de camas ocupadas de 262 para 186, bem como o tempo internamento de 37 para 20 dias.
Desde que abriu no início do mês, a Unidade Comunitária de Psiquiatria e Saúde Mental de Torres Vedras já atendeu 99 doentes, 16 dos quais recorreram a apoio médico pela primeira vez.
Com consultas de psiquiatria, psicologia, psicoterapia e ainda serviços de enfermagem e apoio social, a nova unidade pretende responder a uma população de 118 mil habitantes dos concelhos do Cadaval, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, que até aqui tinham de se deslocar ao Hospital Júlio de Matos, em Lisboa.
"Estamos a desenvolver os cuidados continuados em saúde mental. O diploma está na fase final de aprovação e vai ter financiamento, com um valor que não está ainda determinado", disse hoje a ministra Ana Jorge, na inauguração da Unidade de Psiquiatria e Saúde Mental de Torres Vedras.
"A par e passo vamos conseguir descentralizar e desinstitucionalizar os doentes para que cada vez mais haja menos doentes internados", afirmou, recusando as críticas feitas hoje ao Jornal de Notícias pelo director do Serviço de Psiquiatria do Hospital Júlio de Matos.
José Jara disse que a reforma da psiquiatria "visa apenas poupar dinheiro" e que, com a redução do número de internamentos, "a situação é grave porque há doentes que carecem de protecção institucional em permanência".
Esta visão de "pessoas com esquizofrenia ou doença bipolar depositadas" em hospitais psiquiátricos, como o Júlio de Matos, "não é aceitável", frisou o coordenador do Programa Nacional da Saúde Mental, José Miguel Caldas Almeida.
"Essas pessoas devem estar com as famílias, desde que estas tenham apoio e serviços perto, ou devem estar em unidades residenciais onde possam ter os cuidados de que necessitam", defendeu.
Aproximar os cuidados de saúde mental dos doentes, através da descentralização de serviços ou de cuidados continuados que possam ser prestados em estreita ligação com os centros de saúde, é o principal objectivo da reforma da psiquiatria.
"Porque os serviços ainda estão muito inacessíveis e centrados nos grandes hospitais psiquiátricos, muitos doentes mentais graves continuam sem tratamento em Portugal", alertou o coordenador.
Neste sentido, a ministra anunciou uma linha de apoio de cinco milhões de euros para incentivar a criação de novas unidades locais de saúde mental, com o intuito de passar a haver "um melhor acompanhamento [dos doentes crónicos] após a alta junto da comunidade" e assim reduzir o tempo de internamento.
Só no Centro hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, de que depende a unidade torriense, a reforma permitiu reduzir o número de camas ocupadas de 262 para 186, bem como o tempo internamento de 37 para 20 dias.
Desde que abriu no início do mês, a Unidade Comunitária de Psiquiatria e Saúde Mental de Torres Vedras já atendeu 99 doentes, 16 dos quais recorreram a apoio médico pela primeira vez.
Com consultas de psiquiatria, psicologia, psicoterapia e ainda serviços de enfermagem e apoio social, a nova unidade pretende responder a uma população de 118 mil habitantes dos concelhos do Cadaval, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, que até aqui tinham de se deslocar ao Hospital Júlio de Matos, em Lisboa.
Sem comentários:
Enviar um comentário