Há quatro meses, um corte de x-acto na aula de Educação Visual fez Pedro Nuno, de 14 anos, trocar o basquetebol e a BTT pela fisioterapia. Os pais acusam a Escola Secundária da Trofa de "negligência" e de não terem accionado o seguro.
Um colega feriu Pedro acidentalmente no polegar direito com um x-acto, no dia 16 de Outubro passado. A lâmina cortou-lhe um tendão. "Fui à professora, mostrei-lhe a mão e ela ficou desnorteada. Disse para eu ir às empregadas", contou, ao JN, o aluno do 7.º ano. O aluno pediu ajuda a uma colega de turma com a docente dentro da sala.
A sangrar, abeirou-se das auxiliares que, sem o acompanharem, o "mandaram para outro pavilhão". Só aí lhe foi prestado auxílio. "A empregada desinfectou-me o dedo e mandou-me cá para fora". Segundo o rapaz, que se queixava de "não sentir o polegar", nunca lhe foi dito que iria ser levado ao hospital.
Incapacidade permanente
Alertados pela colega de Pedro, os pais levaram o filho ao Hospital da Trofa, onde foi operado - o dedo não dobra, mas a fisioterapia deu-lhe escassos milímetros de mobilidade. De acordo com os médicos, o rapaz arrisca-se a ficar com "incapacidade permanente", facto que obrigaria a Escola Secundária da Trofa a comunicar o acidente à Direcção Regional de Educação do Norte. Não se sabe se tal foi feito nem se foi instaurado um inquérito ao acidente, apesar de o advogado ter inquirido o Conselho Executivo. "Estou à espera de alguma resposta desde o dia 23 de Dezembro", contou Hernâni Gomes.
Conta de 1400 euros
Com uma conta 1400 euros da cirurgia do filho por pagar, Nuno e Miquelina Pereira querem "que a escola assuma as responsabilidades". Porque, até agora, "não há descrição do acidente para se accionar o seguro" escolar, alerta o advogado da família, que estranha a actuação da escola: "O que mais me faz impressão é o total desacompanhamento" da criança.
O Conselho Executivo não recebeu os pais de Pedro nem sequer os contactou. Nuno e Miquelina só conseguiriam falar com a directora de turma, que lhes disse não terem "direito a nada" por se socorrerem de uma unidade de saúde privada. "É o hospital mais próximo", contrapõe Hernâni Gomes - a unidade pública mais perto fica em Santo Tirso. Miquelina indigna-se: "Qual era o pai que não fazia o que nós fizemos?".
Em carta de 22 de Dezembro, a escola afirma ter "chamado a ambulância dos Bombeiros Voluntários da Trofa para o conduzir [o aluno] ao hospital". Contactada pelo JN, fonte da corporação garantiu "não ter registo" de chamadas perto da hora do incidente. "Dos dados de que disponho, os bombeiros não foram contactados via escola nem via INEM".
O presidente da Direcção Executiva da Secundária da Trofa, José Manuel Antunes, recusou-se a responder aoJN, declarando que, "de acordo com a lei, o seguro só paga os tratamentos que são feitos nos estabelecimentos de saúde públicos". "Tratamos do caso com profissionalismo e de acordo com a lei", acrescentou.
Um colega feriu Pedro acidentalmente no polegar direito com um x-acto, no dia 16 de Outubro passado. A lâmina cortou-lhe um tendão. "Fui à professora, mostrei-lhe a mão e ela ficou desnorteada. Disse para eu ir às empregadas", contou, ao JN, o aluno do 7.º ano. O aluno pediu ajuda a uma colega de turma com a docente dentro da sala.
A sangrar, abeirou-se das auxiliares que, sem o acompanharem, o "mandaram para outro pavilhão". Só aí lhe foi prestado auxílio. "A empregada desinfectou-me o dedo e mandou-me cá para fora". Segundo o rapaz, que se queixava de "não sentir o polegar", nunca lhe foi dito que iria ser levado ao hospital.
Incapacidade permanente
Alertados pela colega de Pedro, os pais levaram o filho ao Hospital da Trofa, onde foi operado - o dedo não dobra, mas a fisioterapia deu-lhe escassos milímetros de mobilidade. De acordo com os médicos, o rapaz arrisca-se a ficar com "incapacidade permanente", facto que obrigaria a Escola Secundária da Trofa a comunicar o acidente à Direcção Regional de Educação do Norte. Não se sabe se tal foi feito nem se foi instaurado um inquérito ao acidente, apesar de o advogado ter inquirido o Conselho Executivo. "Estou à espera de alguma resposta desde o dia 23 de Dezembro", contou Hernâni Gomes.
Conta de 1400 euros
Com uma conta 1400 euros da cirurgia do filho por pagar, Nuno e Miquelina Pereira querem "que a escola assuma as responsabilidades". Porque, até agora, "não há descrição do acidente para se accionar o seguro" escolar, alerta o advogado da família, que estranha a actuação da escola: "O que mais me faz impressão é o total desacompanhamento" da criança.
O Conselho Executivo não recebeu os pais de Pedro nem sequer os contactou. Nuno e Miquelina só conseguiriam falar com a directora de turma, que lhes disse não terem "direito a nada" por se socorrerem de uma unidade de saúde privada. "É o hospital mais próximo", contrapõe Hernâni Gomes - a unidade pública mais perto fica em Santo Tirso. Miquelina indigna-se: "Qual era o pai que não fazia o que nós fizemos?".
Em carta de 22 de Dezembro, a escola afirma ter "chamado a ambulância dos Bombeiros Voluntários da Trofa para o conduzir [o aluno] ao hospital". Contactada pelo JN, fonte da corporação garantiu "não ter registo" de chamadas perto da hora do incidente. "Dos dados de que disponho, os bombeiros não foram contactados via escola nem via INEM".
O presidente da Direcção Executiva da Secundária da Trofa, José Manuel Antunes, recusou-se a responder aoJN, declarando que, "de acordo com a lei, o seguro só paga os tratamentos que são feitos nos estabelecimentos de saúde públicos". "Tratamos do caso com profissionalismo e de acordo com a lei", acrescentou.
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