Há cada vez mais professores a procurar formação para aprender a lidar com a indisciplina na sala de aula. E crescem as aposentações antecipadas e as baixas psiquiátricas. É a percepção de quem lida com a classe. Veredicto: a gestão de conflitos está nas mãos do docente.
(...)
Mas o que mudou no panorama educativo? A sociedade, admitem os professores e especialistas. "Houve uma transferência para a escola de responsabilidades que tradicionalmente eram asseguradas pela família ou por outros actores sociais", diz João Dias da Silva. Mário Nogueira acrescenta-lhe a "queda de autoridade" resultante da atribuição aos docentes da culpa por "todos os males do ensino". E, a coroar, a burocratização dos processos disciplinares e o facto de resultarem numa negativização da imagem do professor.
A verdade é que, apesar de muitos professores, "por vergonha", não assumirem que são agredidos por miúdos, cresce a consciencialização de que a gestão da disciplina na sala de aulas está nas mãos de quem ensina. "Há uma maior procura de formação para aquisição de competências na gestão de conflitos", garante Elisabete Pinto da Costa, mediadora de conflitos na Linha "Espaço Convivência nas Escolas", da Associação Nacional de Professores.
Uma parte da ajuda prestada pelo serviço vai justamente no sentido da formação e da sensibilização. Quanto a denúncias, a linha recebeu, em três anos, perto de 200, a maioria delas relativas a indisciplina e violência escolar. Mas são números que não permitem generalizações, por dependerem da iniciativa dos próprios docentes. Tal como acontece com os dados do Programa Escola Segura, que, no ano lectivo 2007/2008, davam conta de 206 agressões contra docentes, num aumento de 11% face ao ano anterior.
Para Elisabete Costa, assiste-se a uma "mudança social no relacionamento das pessoas". Perdeu-se a solidariedade e a empatia, a comunicação na sala de aula complicou-se. Nem sempre é assertiva e positiva como deveria ser. E isso tem de partir do próprio professor, explica Márcia Melo, psicopedagoga ao serviço da linha.
E há manual de instruções para isso? Há soluções. A primeira é fazer um "contrato pedagógico" na primeira aula, em que professor e alunos acertam as regras. Que são para manter ao longo do ano e lembrar quando esquecidas. Depois, o docente tem que deixar claro que não é o inimigo, nem agente da autoridade, mas sim o líder de um trabalho em equipa que exige "empatia", sem ser preciso "serem amigos". Mas adoptar uma atitude hostil perante a indisciplina é errado, diz Márcia Melo: os alunos fazem o mesmo e o problema irá em crescendo.
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Mas o que mudou no panorama educativo? A sociedade, admitem os professores e especialistas. "Houve uma transferência para a escola de responsabilidades que tradicionalmente eram asseguradas pela família ou por outros actores sociais", diz João Dias da Silva. Mário Nogueira acrescenta-lhe a "queda de autoridade" resultante da atribuição aos docentes da culpa por "todos os males do ensino". E, a coroar, a burocratização dos processos disciplinares e o facto de resultarem numa negativização da imagem do professor.
A verdade é que, apesar de muitos professores, "por vergonha", não assumirem que são agredidos por miúdos, cresce a consciencialização de que a gestão da disciplina na sala de aulas está nas mãos de quem ensina. "Há uma maior procura de formação para aquisição de competências na gestão de conflitos", garante Elisabete Pinto da Costa, mediadora de conflitos na Linha "Espaço Convivência nas Escolas", da Associação Nacional de Professores.
Uma parte da ajuda prestada pelo serviço vai justamente no sentido da formação e da sensibilização. Quanto a denúncias, a linha recebeu, em três anos, perto de 200, a maioria delas relativas a indisciplina e violência escolar. Mas são números que não permitem generalizações, por dependerem da iniciativa dos próprios docentes. Tal como acontece com os dados do Programa Escola Segura, que, no ano lectivo 2007/2008, davam conta de 206 agressões contra docentes, num aumento de 11% face ao ano anterior.
Para Elisabete Costa, assiste-se a uma "mudança social no relacionamento das pessoas". Perdeu-se a solidariedade e a empatia, a comunicação na sala de aula complicou-se. Nem sempre é assertiva e positiva como deveria ser. E isso tem de partir do próprio professor, explica Márcia Melo, psicopedagoga ao serviço da linha.
E há manual de instruções para isso? Há soluções. A primeira é fazer um "contrato pedagógico" na primeira aula, em que professor e alunos acertam as regras. Que são para manter ao longo do ano e lembrar quando esquecidas. Depois, o docente tem que deixar claro que não é o inimigo, nem agente da autoridade, mas sim o líder de um trabalho em equipa que exige "empatia", sem ser preciso "serem amigos". Mas adoptar uma atitude hostil perante a indisciplina é errado, diz Márcia Melo: os alunos fazem o mesmo e o problema irá em crescendo.
3 comentários:
partilhei no facebook, já que tu não o fazes :))
Olá Sandra! Obrigado! Não sou frequentador do Facebook!! :))
Sim senhor, Professor João... Impressionada! Pela positiva, claro, como sempre ;)
Obrigada Sandra!
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