terça-feira, 23 de março de 2010

Associação de Pais cria linha de apoio a vítimas de bullying


Desde a semana passada que a CNIPE (Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação) atende pais e alunos com queixas de violência nas escolas no 964 466 499. «É preciso que as pessoas deixem de ter medo de falar», diz Joaquim Ribeiro .

João (nome fictício) está no 8.º ano, numa escola em Faro, e este ano lectivo já foi parar duas vezes ao hospital. Os pais fizeram queixa à direcção da escola, mas ainda não tiveram resposta. A CNIPE está agora a tentar tratar do caso.
«Foi agredido ao soco e ao pontapé, a ponto de lhe partirem uma costela», contou ao SOL o dirigente da CNIPE Joaquim Ribeiro, que promete não deixar cair no esquecimento o caso. «Vamos apresentar queixa junto da Direcção Regional de Educação» .
João foi o primeiro aluno a ligar para o 964 466 499 à procura de ajuda. Mas a associação de pais não quer que seja o último. «É preciso que as pessoas deixem de ter medo de falar, porque os números oficiais estão muito longe da realidade».
Numa semana «e com muito pouca divulgação», a linha telefónica de apoio recebeu já 12 chamadas.
O tratamento dado será igual em todos os casos. «Começamos por contactar a escola, para confirmar a informação, e encaminhamos a queixa para a respectiva Direcção Regional de Educação».
O anonimato está garantido. «Os pais e os alunos têm medo de represálias. E a verdade é que muitas situações não dão origem a queixas, porque as direcções não querem manchar o bom nome da escola. Mas nós queremos lutar contra isso».
Caso a situação configure um crime, será também feita uma participação à polícia. «E temos uma psicóloga que poderá, gratuitamente, dar apoio às vítimas, embora a nossa função não seja a de dar apoio psicológico, mas sim denunciar a violência», explica Joaquim Ribeiro.

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