quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Quase ninguém chumba por haver exames no ensino básico

Qual o impacto dos exames do ensino básico nas notas finais dos alunos? Pequeno. Pouca gente leva para casa uma nota negativa no final do ano por causa das provas nacionais. Este é um ponto central no relatório técnico que acompanha a proposta de parecer que o Conselho Nacional de Educação (CNE) debate nesta quinta-feira, em Lisboa, sobre os projectos de lei que acabam com os exames do 1.º ciclo (do PCP e do BE). Mas o documento do CNE vai mais longe: avalia as consequências dos testes nacionais também no 2.º e 3.º ciclos. Exemplo: nos últimos dez anos de exames no 9.º ano (com estes a valerem 30% da nota final), apenas 1,9% dos alunos avaliados tiveram negativa a Matemática por culpa da prova nacional. Em Português o impacto foi ainda menor: 0,4%.

Em 2005, quando o exame do 9.º se estreou valendo, a título excepcional, só 25% da classificação final, ninguém teve negativa por causa do exame, nem a Português nem a Matemática. Quem acabou estas duas “cadeiras” com 2 valores ou menos (numa escala que vai até 5) já se tinha apresentado à prova nacional com uma classificação interna negativa (“classificação interna” é a designação dada às notas dadas pelos professores pelo trabalho desenvolvido ao longo do ano, ao passo que as notas dos exames são a “classificação externa”).

Conclui o CNE: “dos 892.276 alunos que realizaram o exame de Matemática entre 2006 e 2015, no 9.º ano, 843.538 (94,5%) obtiveram classificação final igual à classificação interna, não tendo havido qualquer efeito do resultado obtido no exame”.

Nos 4.º e 6.º anos o impacto é igualmente reduzido. Desde 2014, com os exames do 4.º ano a valerem também 30% da nota final, só 697 alunos (0,4% dos mais 195 mil que prestaram provas a Português), acabaram por ter uma classificação final negativa nessa disciplina por causa do exame. Na Matemática, a prova nacional foi responsável por 1,4% dos alunos do 4.º ano avaliados acabarem o ano com negativa.

No 6.º ano, as percentagens foram de 0,2% para Português e de 1,6% para Matemática.

Fonte: Extrato da notícia do Público

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