Portugal vai disponível, a partir de setembro, um modelo precoce de diagnóstico de autismo. O Modelo Denver de Intervenção Precoce permite identificar as patologias do espectro em crianças entre os 12 e os 48 meses.
A implementação nacional do Modelo Denver vai concretizar-se através de dois workshops para profissionais, da edição portuguesa do livro das autoras do modelo e da criação das primeiras equipas de prevenção precoce com essa metodologia, em Aveiro, Braga, Lisboa e Porto.
Este era um dos objetivos da Cooperativa Focus, que atua no apoio às pessoas com autismo. "Em 2012, a Revista Time elegeu este programa como um dos 10 principais progressos da Medicina", disse à Lusa o responsável da Focus, Fernando Barbosa.
"O modelo vai ser apresentado pela primeira vez em Portugal e a sua característica distintiva é que abrange todas as áreas de desenvolvimento da criança, o que permite diagnosticar mais cedo eventuais formas de autismo, logo a partir dos 12 meses", salientou.
Ainda de acordo com Fernando Barbosa, em Portugal as diferentes formas de autismo são detetadas muito tarde, na medida em que os pediatras e mesmo as escolas têm alguma dificuldade no diagnóstico.
Para o responsável, as vantagens do novo modelo não se vão fazer sentir apenas na vida das pessoas portadoras da doença, mas também nas contas do Estado. Isto porque um diagnóstico precoce irá reduzir as despesas decorrentes da doença.
Segundo dados da Focus, o autismo é a perturbação de desenvolvimento que regista maior taxa de crescimento atualmente, sendo que nos Estados Unidos, por exemplo, uma em cada 68 crianças sofre dessa condição, enquanto na Coreia do Sul, por sua vez, a prevalência aumenta para um em cada 38 indivíduos.
Fernando Barbosa afirma que "em Portugal não existem estatísticas" sobre a matéria, mas, a avaliar pelos dados internacionais, indica que serão cerca de 65.000 os cidadãos com perturbações autistas.
In: Boas Notícias
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