Fernando Eulálio, de 79 anos, tem o olhar fixo no pombal, a partir da sua cadeira de rodas. "Gosto muito de ver os pombos, são uma companhia", conta.
Lucília Cantante, de 72, aponta mais ao coração: "Ajudam-nos a viver!". Estamos na Associação Desenvolvimento Progresso e Vida, na Tocha (Cantanhede), que aderiu à columboterapia há dez anos. Ouvimos falar muito do "senhor Domingos", um dos utentes. "Ele é que é um perdido por isto!".
José Giraldo, presidente da associação, tem uma explicação para o especial apego dos mais velhos a estas aves: "São oriundos de um meio rural, para eles significa reviver outros tempos". Sobre os benefícios, é directo e conciso: "Isto dá-lhes vida!". Os pombos-correio - muito diferentes dos que vemos à solta nas cidades - já provaram que podem ajudar idosos, toxicodependentes, estudantes problemáticos, pessoas com deficiência ou doença mental. Ocupam a mente e o corpo, combatem a solidão.
A columboterapia é prática corrente, em Portugal, há anos, mediante a instalação de pombais em instituições. No distrito de Coimbra, há agora mais duas prontas a aderir. A Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC), que funciona na Quinta da Conraria, é uma delas. Só está a aguardar orientações da Federação Portuguesa de Columbofilia (FPC) para construir um pombal de raiz, com a ajuda de alguns dos 300 utentes.
"Depois da hipoterapia, por que não tentar a terapia pelos pombos?", questiona o presidente da APCC, também médico, José Barros. "Pode ajudar a promover o relaxamento [dos utentes], evitando os movimentos involuntários", explica, sem esquecer que "também funciona como ocupação".
Já a Associação para o Desenvolvimento e Formação Profissional (ADFP), de Miranda do Corvo, decidiu encomendar o pombal. Será instalado no Parque Biológico da Serra da Lousã, na Quinta da Paiva, com abertura marcada para breve. "Quase todo o trabalho, dentro da quinta, é feito por pessoas com alguma deficiência ou doença mental", adianta o presidente da ADFP, Jaime Ramos, crente nas vantagens do contacto com a natureza, para estes utentes. "Já estamos a criar os pombos. Vai ser uma experiência interessante".
José Tereso, delegado de saúde do Centro e presidente da FPC, não duvida dos benefícios que os pombos-correio - "verdadeiros atletas" - oferecerem a quem priva com eles. "Mesmo eu, para desanuviar do stresse quotidiano, refugio-me junto dos meus pombos", conta. Depois, enumera os casos em que a columbofilia mudou vidas.
Recorda, por exemplo, como a instalação de um pombal numa escola, em Coimbra, alterou o comportamento de um aluno problemático: "Ele foi de uma dedicação extraordinária aos pombos. Era quem tratava deles nos fins-de-semana e nas férias".
"Ser columbófilo é ser um bom treinador, um bom preparador físico, como no desporto", defende o médico de saúde pública. E essa "missão" não conhece limites de idade ou outros.
Lucília Cantante, de 72, aponta mais ao coração: "Ajudam-nos a viver!". Estamos na Associação Desenvolvimento Progresso e Vida, na Tocha (Cantanhede), que aderiu à columboterapia há dez anos. Ouvimos falar muito do "senhor Domingos", um dos utentes. "Ele é que é um perdido por isto!".
José Giraldo, presidente da associação, tem uma explicação para o especial apego dos mais velhos a estas aves: "São oriundos de um meio rural, para eles significa reviver outros tempos". Sobre os benefícios, é directo e conciso: "Isto dá-lhes vida!". Os pombos-correio - muito diferentes dos que vemos à solta nas cidades - já provaram que podem ajudar idosos, toxicodependentes, estudantes problemáticos, pessoas com deficiência ou doença mental. Ocupam a mente e o corpo, combatem a solidão.
A columboterapia é prática corrente, em Portugal, há anos, mediante a instalação de pombais em instituições. No distrito de Coimbra, há agora mais duas prontas a aderir. A Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC), que funciona na Quinta da Conraria, é uma delas. Só está a aguardar orientações da Federação Portuguesa de Columbofilia (FPC) para construir um pombal de raiz, com a ajuda de alguns dos 300 utentes.
"Depois da hipoterapia, por que não tentar a terapia pelos pombos?", questiona o presidente da APCC, também médico, José Barros. "Pode ajudar a promover o relaxamento [dos utentes], evitando os movimentos involuntários", explica, sem esquecer que "também funciona como ocupação".
Já a Associação para o Desenvolvimento e Formação Profissional (ADFP), de Miranda do Corvo, decidiu encomendar o pombal. Será instalado no Parque Biológico da Serra da Lousã, na Quinta da Paiva, com abertura marcada para breve. "Quase todo o trabalho, dentro da quinta, é feito por pessoas com alguma deficiência ou doença mental", adianta o presidente da ADFP, Jaime Ramos, crente nas vantagens do contacto com a natureza, para estes utentes. "Já estamos a criar os pombos. Vai ser uma experiência interessante".
José Tereso, delegado de saúde do Centro e presidente da FPC, não duvida dos benefícios que os pombos-correio - "verdadeiros atletas" - oferecerem a quem priva com eles. "Mesmo eu, para desanuviar do stresse quotidiano, refugio-me junto dos meus pombos", conta. Depois, enumera os casos em que a columbofilia mudou vidas.
Recorda, por exemplo, como a instalação de um pombal numa escola, em Coimbra, alterou o comportamento de um aluno problemático: "Ele foi de uma dedicação extraordinária aos pombos. Era quem tratava deles nos fins-de-semana e nas férias".
"Ser columbófilo é ser um bom treinador, um bom preparador físico, como no desporto", defende o médico de saúde pública. E essa "missão" não conhece limites de idade ou outros.
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