Estive a reflectir sobre a decisão da Assembleia da República de proibir a utilização da palavra autismo como insulto político. Escrevo "insulto" porque presumo que ninguém a utilizará como um elogio. O meu homólogo português em França, Francisco Seixas da Costa, perguntou no seu blogue ..... não estaremos a ir longe demais no "politicamente correcto"?
Isto obrigou-me a pensar. Porquê? Porque o nosso filho tem autismo. Tem, teve e terá. Faz parte de personalidade dele. Ele está na versão "light" do espectro, com uma coisa que se chama Síndrome de Asperger . Por isso, ele precisa de apoio na escola, e fora dela também, através dum centro de excelência em Portugal, o CADIN .
Então não gosto, não gosto, de todo, de ouvir autismo dito como insulto. Assim sinto o meu próprio filho insultado. Fico muito contente quando alguém coloca objecções a este tipo de utilização de linguagem. Mas isto quer dizer que quero proibi-la? Na verdade, não. Sou, por natureza, contra as proibições; às vezes são um incentivo para continuar. Isto não é uma regra universal - as proibições determinadas pelas autoridades federais americanas nos anos 60 contra o comportamento racista eram, e são, sensatas e justificadas. Mas neste caso específico, prefiro confiar na sensibilidade dos deputados portugueses.
A minha mulher tinha-me dito uma coisa mais abrangente e importante sobre esta questão. Quando pessoas utilizam substantivos que descrevem características (surdo, cego, mudo, autista etc.) como insultos, pensam só nos aspectos negativos destas características. Nunca pensam nos aspectos positivos. Porque positivos, há. Por exemplo, o nosso filho não sabe mentir - não é capaz e quando tenta, é de chorar - nomeadamente as suas tentativas de dizer "mentiras brancas" e agradecer a pessoas por presentes.
Para mais, não sei se o "insulto" terá uma base sólida. Na linguagem popular e parlamentar, presume-se que "autista" quer dizer falta de emoção, falta de sensibilidade em relação ao ponto de vista dos outros. Mas há um debate interessante sobre a possibilidade do autismo vir dum excesso de sensibilidade , não de falta dela.
O que acham; proibição é o caminho certo?
Isto obrigou-me a pensar. Porquê? Porque o nosso filho tem autismo. Tem, teve e terá. Faz parte de personalidade dele. Ele está na versão "light" do espectro, com uma coisa que se chama Síndrome de Asperger . Por isso, ele precisa de apoio na escola, e fora dela também, através dum centro de excelência em Portugal, o CADIN .
Então não gosto, não gosto, de todo, de ouvir autismo dito como insulto. Assim sinto o meu próprio filho insultado. Fico muito contente quando alguém coloca objecções a este tipo de utilização de linguagem. Mas isto quer dizer que quero proibi-la? Na verdade, não. Sou, por natureza, contra as proibições; às vezes são um incentivo para continuar. Isto não é uma regra universal - as proibições determinadas pelas autoridades federais americanas nos anos 60 contra o comportamento racista eram, e são, sensatas e justificadas. Mas neste caso específico, prefiro confiar na sensibilidade dos deputados portugueses.
A minha mulher tinha-me dito uma coisa mais abrangente e importante sobre esta questão. Quando pessoas utilizam substantivos que descrevem características (surdo, cego, mudo, autista etc.) como insultos, pensam só nos aspectos negativos destas características. Nunca pensam nos aspectos positivos. Porque positivos, há. Por exemplo, o nosso filho não sabe mentir - não é capaz e quando tenta, é de chorar - nomeadamente as suas tentativas de dizer "mentiras brancas" e agradecer a pessoas por presentes.
Para mais, não sei se o "insulto" terá uma base sólida. Na linguagem popular e parlamentar, presume-se que "autista" quer dizer falta de emoção, falta de sensibilidade em relação ao ponto de vista dos outros. Mas há um debate interessante sobre a possibilidade do autismo vir dum excesso de sensibilidade , não de falta dela.
O que acham; proibição é o caminho certo?
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