Esta sexta-feira comemora-se o Dia Internacional da Família. Em Portugal, já nada é como dantes. As famílias estão cada vez mais informais, há mais casamento civil do que católico e as crianças nascidas fora do casamento aumentam.
Esta "desinstitucionalização" da família começou a revelar-se na década de 90 e, segundo Sofia Aboim, socióloga do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, os dados demográficos revelam que tem vindo a acentuar-se.
Os censos de 2011 demonstrarão que a sociedade portuguesa é hoje muito diferente. Para além disso, pela primeira vez, vai ser apurado o número de casais homossexuais e a existência ou não de crianças à guarda dessas famílias. Dados fundamentais para melhor perceber as estaturas familiares portuguesas. Tanto como foram os dados relativos às famílias recompostas, apurados nos censos de 2001.
Enquanto não se realiza esse grande rastreio nacional, os investigadores socorrem-se dos dados de 2001, mas, sobretudo, dos dados demográficos anuais relativos a casamentos, divórcios e nascimentos.
"Em 2006, pela primeira vez, o número de casamentos civis foi superior ao de casamentos católicos. Isto é muito revelador", diz a investigadora, adiantando, ainda, que o número de crianças nascidas fora dos casamentos também tem vindo a aumentar.
Em 2000, por exemplo, 22% dos bebés nasceram fora do casamento e, em 2007, esse número chegava já aos 34%. Mas 80% dessas crianças nasceram de pais que viviam em união de facto. Entre as décadas de 80 e 90 o número de crianças nascidas fora do casamento "aumentou apenas 3 ou 4%".
Esta "informalização das famílias", segundo Sofia Aboim, "não tem nada de negativo". Significa, apenas, "que se banalizou a ideia de viver primeiro em união de facto e casar depois, já com filhos".
Os países nórdicos iniciaram esta nova forma de viver a família na década de 70. Em Portugal, só nos anos 90 começaram a surgir os primeiros dados a apontar nesse sentido, mas a tendência tem-se acentuado cada vez mais, sobretudo, a partir dos anos 2000.
"Há cada vez mais coabitação, há cada vez mais divórcio, há cada vez mais famílias recompostas", afirma a socióloga. O divórcio e a co-habitação já não são "estigmatizados" como o eram há 30 anos.
"É uma outra forma de ver a família. Uma forma em que o ênfase é colocado nos afectos e nas realizações individuais e não no 'ser casado'", acrescenta Sofia Aboim.
Em relação às famílias monoparentais, número que tendo em conta o aumento do divórcio, também tem vindo a subir, vai ser mesmo preciso esperar pelos resultados de 2011. Será sempre um número flutuante, por que muitas das separações acabam em novos casamentos. Nos censos de 2001, esse número rondava os 11,5% e as famílias recompostas não chegavam aos 3% do total de casais com filhos. Números que nos próximos censos deverão ser bem diferentes, uma vez que foi precisamente a partir de 2000 que mais se acelerou a mudança.
Esta "desinstitucionalização" da família começou a revelar-se na década de 90 e, segundo Sofia Aboim, socióloga do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, os dados demográficos revelam que tem vindo a acentuar-se.
Os censos de 2011 demonstrarão que a sociedade portuguesa é hoje muito diferente. Para além disso, pela primeira vez, vai ser apurado o número de casais homossexuais e a existência ou não de crianças à guarda dessas famílias. Dados fundamentais para melhor perceber as estaturas familiares portuguesas. Tanto como foram os dados relativos às famílias recompostas, apurados nos censos de 2001.
Enquanto não se realiza esse grande rastreio nacional, os investigadores socorrem-se dos dados de 2001, mas, sobretudo, dos dados demográficos anuais relativos a casamentos, divórcios e nascimentos.
"Em 2006, pela primeira vez, o número de casamentos civis foi superior ao de casamentos católicos. Isto é muito revelador", diz a investigadora, adiantando, ainda, que o número de crianças nascidas fora dos casamentos também tem vindo a aumentar.
Em 2000, por exemplo, 22% dos bebés nasceram fora do casamento e, em 2007, esse número chegava já aos 34%. Mas 80% dessas crianças nasceram de pais que viviam em união de facto. Entre as décadas de 80 e 90 o número de crianças nascidas fora do casamento "aumentou apenas 3 ou 4%".
Esta "informalização das famílias", segundo Sofia Aboim, "não tem nada de negativo". Significa, apenas, "que se banalizou a ideia de viver primeiro em união de facto e casar depois, já com filhos".
Os países nórdicos iniciaram esta nova forma de viver a família na década de 70. Em Portugal, só nos anos 90 começaram a surgir os primeiros dados a apontar nesse sentido, mas a tendência tem-se acentuado cada vez mais, sobretudo, a partir dos anos 2000.
"Há cada vez mais coabitação, há cada vez mais divórcio, há cada vez mais famílias recompostas", afirma a socióloga. O divórcio e a co-habitação já não são "estigmatizados" como o eram há 30 anos.
"É uma outra forma de ver a família. Uma forma em que o ênfase é colocado nos afectos e nas realizações individuais e não no 'ser casado'", acrescenta Sofia Aboim.
Em relação às famílias monoparentais, número que tendo em conta o aumento do divórcio, também tem vindo a subir, vai ser mesmo preciso esperar pelos resultados de 2011. Será sempre um número flutuante, por que muitas das separações acabam em novos casamentos. Nos censos de 2001, esse número rondava os 11,5% e as famílias recompostas não chegavam aos 3% do total de casais com filhos. Números que nos próximos censos deverão ser bem diferentes, uma vez que foi precisamente a partir de 2000 que mais se acelerou a mudança.
Sem comentários:
Enviar um comentário