O Conselho Nacional de Educação (CNE) defende a introdução do Inglês como matéria obrigatória no currículo do 1.º ciclo, designadamente nos 3.º e 4.º anos. O parecer, aprovado hoje por quase unanimidade - houve apenas uma abstenção -, segue agora para o ministro da Educação, Nuno Crato, a quem compete tomar uma decisão.
No documento apresentado hoje por David Justino, ex-ministro da Educação e presidente deste órgão consultivo, recomenda-se que o Inglês tenha um programa e objetivos específicos e que seja assegurado por um segundo professor na sala de aula, em regime de coadjuvação. Esse docente deve ter formação em inglês mas também em ensino precoce da língua.
A ser posta em prática, a medida implicará ainda uma revisão do programa de Inglês no 2.º ciclo - onde já é disciplina obrigatória - e nos anos subsequentes. Quanto às aulas no 1.º ciclo, o CNE defende que o Inglês tenha um mínimo de duas horas semanais, integradas nas 25 horas letivas que compõem o horário neste nível de ensino.
O conselho não apresenta uma estimativa em relação ao número de professores que seriam necessários mas David Justino garante que, apesar de não haver informação suficiente para um cálculo preciso ,o "impacto financeiro não será muito grande".
Atualmente, o Inglês no 1.º ciclo não é obrigatório, ainda que seja oferecido na maioria das escolas. Os dados mais recentes, relativos a 2012/2013, indicam que 91% dos alunos escolhiam esta oferta no âmbito das Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC).
As AEC foram criadas pela ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues, com caráter facultativo mas em que o Inglês era oferta obrigatória. Nas alterações feitas por Nuno Crato às AEC, o Inglês deixou de ser oferta obrigatória das escolas do 1.º ciclo.
Cabe agora ao ministro decidir se, tal como acontece em muitos países europeus, os alunos portugueses passarão a aprender obrigatoriamente uma disciplina estrangeira logo a partir dos oito anos.
O Conselho Nacional de Educação lembra as vantagens desse ensino precoce, que garantirá no final da escolaridade obrigatória mais possibilidades de emprego no mercado de trabalho global e de acesso à formação ao longo da vida, por exemplo.
In: Expresso
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