Há milhares de crianças com dificuldades de comunicação que precisam de tratamento para evitar o insucesso escolar. Faltam terapeutas nas escolas e o acompanhamento particular custa centenas de euros.
Dizem sor em vez de sol; xelado em vez de gelado; gagafa em vez de garrafa. E são muito mais do que se possa imaginar. Alguns rastreios realizados em diferentes concelhos revelam que entre 20% a 30% das crianças portuguesas, em idade pré-escolar e no primeiro ciclo, precisam de uma intervenção ao nível da terapia da fala. O Ministério da Educação sinalizou, em 2007, apenas 893 casos (do pré-escolar ao secundário).
O número está muito longe da realidade, que aponta para mais de 152 mil casos na pré-escola e na primária (20% dos 764 mil alunos matriculados no pré-escolar e primeiro ciclo em 2006/2007). Só em Matosinhos, psicólogos da Câmara sinalizaram 300 casos em pouco mais de mil crianças e em Gaia e na Maia o número é semelhante. Muito longe do ideal está também a resposta das escolas. Neste ano lectivo, "estão afectos ao sistema regular de ensino 231 terapeutas da fala", que trabalham em parceria com os professores de educação especial, informou o Ministério da Educação, em resposta ao JN. Feitas as contas, dá um total de 1 especialista por cada 54 escolas do ensino público.
As carências nas escolas são evidentes para quem trabalha na área. "Não cobre nem metade do que seria necessário", afirma Maria Emília Pinto dos Santos, presidente da Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala. Uma coisa é certa, garante: as crianças que não corrigem os problemas de fala vão ter dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita, o que leva ao insucesso escolar. Em alguns casos, estas crianças são também gozadas pelos colegas e até vítimas de bullying (actos de violência física ou psicológica). Por todas as razões, quanto mais cedo for a intervenção melhor.
"O que acontece nas escolas é que os terapeutas têm tantas crianças para ver que não conseguem fazer o melhor trabalho", reconhece Maria Emília Pinto dos Santos, também coordenadora do departamento de Terapia da Fala da Escola Superior de Saúde de Alcoitão, a primeira universidade portuguesa a formar aqueles especialistas. Em Portugal, há cerca de 1200 terapeutas da fala.
Os estudos feitos por alunos daquele curso em escolas de vários municípios revelam que "30% das crianças precisam de se ser seguidas em terapia da fala ou, pelo menos, de uma avaliação mais pormenorizada". Nos rastreios da Escola de Alcoitão foram também detectadas "imensas crianças por sinalizar". Normalmente, é ao professor que cabe detectar a deficiente comunicação do aluno.
A mesma percepção tem Márcia Cruz, psicóloga do Apoio XXI - Centro de Acção Psicopedagógica, que funciona em Vila Nova de Gaia. No ano lectivo de 2006/2007, participou num rastreio a duas mil crianças, com 4 e 5 anos, a maioria de escolas públicas de Gaia. "Cerca de 20% precisava de uma avaliação mais aprofundada", refere. Mais grave, adiantou, foi ter detectado "crianças com deficiências que nem sequer estavam sinalizadas".
Na sequência daquele rastreio, os pais dos alunos com dificuldades ao nível da fala foram avisados e aconselhados a procurar apoio de especialistas. "Mas muito poucos encaminharam os filhos para os tratamentos. Uns porque desvalorizaram, outros por dificuldades financeiras".
Os tratamentos de terapia da fala no privado podem custar centenas de euros. Tudo depende da duração do acompanhamento. Em média, uma sessão individual de uma hora no centro Apoio XXI custa entre 25 a 40 euros. No Centro Clínico e Educacional da Boavista, a primeira consulta fica por 50 euros e as sessões individuais, também de uma hora, variam entre 30 e 40 euros.
Dizem sor em vez de sol; xelado em vez de gelado; gagafa em vez de garrafa. E são muito mais do que se possa imaginar. Alguns rastreios realizados em diferentes concelhos revelam que entre 20% a 30% das crianças portuguesas, em idade pré-escolar e no primeiro ciclo, precisam de uma intervenção ao nível da terapia da fala. O Ministério da Educação sinalizou, em 2007, apenas 893 casos (do pré-escolar ao secundário).
O número está muito longe da realidade, que aponta para mais de 152 mil casos na pré-escola e na primária (20% dos 764 mil alunos matriculados no pré-escolar e primeiro ciclo em 2006/2007). Só em Matosinhos, psicólogos da Câmara sinalizaram 300 casos em pouco mais de mil crianças e em Gaia e na Maia o número é semelhante. Muito longe do ideal está também a resposta das escolas. Neste ano lectivo, "estão afectos ao sistema regular de ensino 231 terapeutas da fala", que trabalham em parceria com os professores de educação especial, informou o Ministério da Educação, em resposta ao JN. Feitas as contas, dá um total de 1 especialista por cada 54 escolas do ensino público.
As carências nas escolas são evidentes para quem trabalha na área. "Não cobre nem metade do que seria necessário", afirma Maria Emília Pinto dos Santos, presidente da Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala. Uma coisa é certa, garante: as crianças que não corrigem os problemas de fala vão ter dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita, o que leva ao insucesso escolar. Em alguns casos, estas crianças são também gozadas pelos colegas e até vítimas de bullying (actos de violência física ou psicológica). Por todas as razões, quanto mais cedo for a intervenção melhor.
"O que acontece nas escolas é que os terapeutas têm tantas crianças para ver que não conseguem fazer o melhor trabalho", reconhece Maria Emília Pinto dos Santos, também coordenadora do departamento de Terapia da Fala da Escola Superior de Saúde de Alcoitão, a primeira universidade portuguesa a formar aqueles especialistas. Em Portugal, há cerca de 1200 terapeutas da fala.
Os estudos feitos por alunos daquele curso em escolas de vários municípios revelam que "30% das crianças precisam de se ser seguidas em terapia da fala ou, pelo menos, de uma avaliação mais pormenorizada". Nos rastreios da Escola de Alcoitão foram também detectadas "imensas crianças por sinalizar". Normalmente, é ao professor que cabe detectar a deficiente comunicação do aluno.
A mesma percepção tem Márcia Cruz, psicóloga do Apoio XXI - Centro de Acção Psicopedagógica, que funciona em Vila Nova de Gaia. No ano lectivo de 2006/2007, participou num rastreio a duas mil crianças, com 4 e 5 anos, a maioria de escolas públicas de Gaia. "Cerca de 20% precisava de uma avaliação mais aprofundada", refere. Mais grave, adiantou, foi ter detectado "crianças com deficiências que nem sequer estavam sinalizadas".
Na sequência daquele rastreio, os pais dos alunos com dificuldades ao nível da fala foram avisados e aconselhados a procurar apoio de especialistas. "Mas muito poucos encaminharam os filhos para os tratamentos. Uns porque desvalorizaram, outros por dificuldades financeiras".
Os tratamentos de terapia da fala no privado podem custar centenas de euros. Tudo depende da duração do acompanhamento. Em média, uma sessão individual de uma hora no centro Apoio XXI custa entre 25 a 40 euros. No Centro Clínico e Educacional da Boavista, a primeira consulta fica por 50 euros e as sessões individuais, também de uma hora, variam entre 30 e 40 euros.
Comentário:
A notícia é bem esclarecedora sobre a situação do país ao nível dos apoios daterapia da fala. Infelizmente, a realidadeé esta! O mesmo se passa com o apoio psicológico, com a não coolocação de psicólgos nas escolas! Há que reconhecer a sensibilidade de algumas, raras, autarquias que pensam na situação educacional dos seus munícipes e zelam pelo seu futuro.
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