Relativamente ao primeiro, registe-se a análise crítica no que diz respeito “a uma pergunta que deixámos de fazer há muitos anos: o que é um bom professor?” (Nóvoa, 2009:11). Reconhecendo ser impossível definir o que é um bom professor, Nóvoa procura evitar as “listas intermináveis de competências cuja simples enumeração se torna insuportável”, optando por “apontamentos simples, sugerindo disposições que caracterizam o trabalho docente nas sociedades contemporâneas” (Nóvoa, 2009:12):
a) O conhecimento – “O trabalho do professor consiste na construção de práticas docentes que conduzam os alunos à aprendizagem”;
b) A cultura profissional – “Ser professor é compreender os sentidos da instituição escolar, integrar-se numa profissão, aprender com os colegas mais experientes. É na escola e no diálogo com os outros professores que se aprende a profissão. O registo das práticas, a reflexão sobre o trabalho e o exercício da avaliação são elementos centrais para o aperfeiçoamento e a inovação. São estas rotinas que fazem avançar a profissão”.
c) O tato pedagógico – “Nele cabe essa capacidade de relação e comunicação sem a qual não se cumpre o acto de educar. E também essa serenidade de quem é capaz de se dar ao respeito, conquistando os alunos para o trabalho escolar. Saber conduzir alguém para a outra margem, o conhecimento, não está ao alcance de todos. No ensino, as dimensões profissionais cruzam-se sempre, inevitavelmente, com as dimensões pessoais”;
d) O trabalho em equipa – “Os novos modelos de profissionalidade docente implicam um reforço das dimensões colectivas e colaborativas, do trabalho em equipa, da intervenção conjunta nos projectos educativos de escolas”.
e) O compromisso social – “Educar é conseguir que a criança ultrapasse as fronteiras que, tantas vezes, lhe foram traçadas como destino pelo nascimento, pela família ou pela sociedade.
(Nóvoa: 2009)
Fonte: Terrear de Matias Alves
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