Turmas mais pequenas em cerca de mil escolas marcam o início deste ano letivo, uma medida que os sindicatos consideram ineficaz porque não é generalizada.
A medida, anunciada pelo Governo em abril passado, aplica-se apenas às escolas dos Territórios Escolares de Intervenção Prioritária (TEIP), 137 agrupamentos e estabelecimentos não agrupados onde foram diagnosticadas pobreza, exclusão social, violência e abandono e que constituem um quinto do universo escolar português.
O sindicalista Vítor Godinho, da Federação Nacional dos Professores, afirmou que assumir em pleno a redução do número máximo de alunos por turma iria "criar mais emprego para professores, mas sobretudo, haveria mais professores nas escolas para distribuir o trabalho por mais recursos, o que significaria mais qualidade nas escolas", argumentou.
"Assim, não tem impacto nenhum. Aliás, tememos que no futuro, uma avaliação da sua eficácia descredibilize a medida, com a qual concordamos genericamente", declarou.
Vítor Godinho afirmou que as direções de escola com que contactaram "não têm aumento do número de turmas", porque nas escolas dos TEIP já havia turmas mais pequenas do que no resto do sistema educativo.
Assim, dois alunos a menos numa turma irão para outra turma que já teria menos alunos do que o número máximo.
Nas escolas abrangidas pela medida já neste ano letivo, em que estudam cerca de 200 mil alunos, a redução do número máximo de alunos não se aplica às turmas de todos os ciclos.
As do 1.º ano terão no máximo 24 alunos e no 5.º e 7.º terão no mínimo 24 e no máximo 28.
No 10.º ano, nos cursos científico-humanísticos, ensino artístico especializado e artes visuais e do espetáculo o número mínimo desce para 20 nas disciplinas de opção, com 28 como número máximo de alunos.
O processo "começou de forma muito envergonhada", considerou Vítor Godinho, apontando que a redução do número de alunos por turma era "uma reivindicação antiga".
"Tinha que ser gradual mas tinha que ter efeitos", afirmou.
Com o número máximo alunos nas turmas a descer dois alunos, o Governo pretende que se ganhe em troca mais sucesso escolar.
Para a Fenprof, o número máximo ideal seria 24 alunos por turma, 20 no caso de terem alunos com necessidades educativas especiais.
A ideia do Governo é ir progressivamente aumentando o número de escolas abrangidas pela redução.
Fonte: DN por indicação de Livresco
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