A posição sobre as vantagens do modelo inclusivo de educação não parecem ainda facilmente convincentes, pelo menos aos olhos dos docentes menos sensibilizados e que valorizam sobretudo a função instrutiva da escola. Naturalmente, há algum trabalho a realizar e, sobretudo, criar espaços de reflexão e de vivências e partilha de experiências cooperativas. Partindo da informação específica disponibilizada, analisando as experiências realizadas e, acima de tudo, criando e desenvolvendo a nossa própria experiência, poderemos, então, comprovar a eficácia deste modelo educativo. O ponto de partida poderia centrar-se na afirmação de que “a filosofia da inclusão só traz vantagens no que respeita às aprendizagens de todos os alunos, tornando-se num modelo educacional eficaz para toda a comunidade escolar, designadamente para os alunos com necessidades educativas especiais (NEE) ” (Correia, 2005, p. 14). Com base nesta afirmação, passaremos a sintetizar e analisar um conjunto de vantagens identificadas com a inclusão, tendo como referência a análise de Correia (2005, p. 14-15).
As vantagens da inclusão suplantam claramente os problemas ainda existentes. Para uma melhor clarificação, sistematiza as vantagens sobretudo na perspectiva dos professores e dos alunos com NEE, tal como as passamos a apresentar.
A inclusão, na perspectiva dos professores, proporciona-lhes a oportunidade de trabalhar com outros profissionais, permitindo desde logo aliviar muita da pressão associada ao ensino. Este trabalho em conjunto permite, por outro lado, a partilha de estratégias de ensino, uma maior monitorização dos progressos dos alunos, o combate aos problemas de comportamento e o aumento da comunicação com outros profissionais da educação e com os pais.
Os professores titulares das turmas e os da educação especial, que trabalham em colaboração, apresentam níveis de eficiência e de competência maiores do que os restantes colegas que leccionam em classes tradicionais.
Os docentes envolvidos no processo da inclusão consideram que a sua vida profissional e pessoal melhora pois o trabalho em colaboração torna o ensino mais estimulante, porque permite a experimentação de várias metodologias e a consciencialização das suas práticas e crenças. Os professores consideram, ainda, que a oportunidade de trabalhar em conjunto com outros profissionais os ajuda a quebrar o isolamento em que muitos se encontram e a desenvolver amizades mais duradouras fora da sala de aula.
As vantagens tornam-se evidentes também para a liderança escolar, para os pais e para outros recursos comunitários pois envolve-os, de uma forma diferencialmente convergente, para ajudarem os alunos a atingir níveis satisfatórios de sucesso educativo.
A inclusão reconhece o direito do aluno com NEE aprender junto com os seus colegas sem NEE, proporcionando-lhe aprendizagens similares e interacções sociais adequadas. Pretende, também, retirar-lhe o estigma da deficiência, preocupando-se com o desenvolvimento global dentro de um espírito de pertença, de participação em todos os aspectos da vida escolar, sem nunca esquecer a resposta às suas necessidades específicas.
Por outro lado, os alunos sem NEE têm a possibilidade de perceber que todos somos diferentes e, por conseguinte, que as diferenças individuais devem ser respeitadas e aceites, ou seja, aprendem que cada um, independentemente dos seus atributos, tem sempre algo de valor a dar aos outros.
Apesar das vantagens apresentadas, este processo inclusivo exige dos professores um elevado nível de profissionalismo e de competência no desempenho das suas responsabilidades. Muitas vezes deparam-se com dilemas éticos e profissionais, com questões legais e administrativas e nem sempre é possível praticarem um ensino altamente individualizado, intensivo e baseado em planificações consistente (Correia, 2005).
Karagiannis e colaboradores, referidos por Correia (2005, p. 16), apresentam um conjunto de vantagens preconizadas pela filosofia inclusiva. Esta permite desenvolver atitudes positivas perante a diversidade através da interacção e da comunicação. Facilita, também, a aquisição de ganhos ao nível do desenvolvimento académico e social pois, pelas interacções constantes com os pares, os alunos adquirem mais e melhores competências dentro das diversas áreas. Prepara, ainda, os alunos com NEE para a vida na comunidade através do seu desempenho educacional, social e ocupacional. E evita os efeitos da exclusão.
Por outro lado, Costa (1999, p. 25) sintetiza as vantagens considerando que a educação inclusiva se justifica porque é eficaz, dispensa elevadíssimos custos das escolas especiais, corresponde ao desejo dos pais e, sobretudo, insere-se na defesa do direito à plena dignidade da criança como ser humano, livre e igual em direitos e dignidade.
Bibliografia:
CORREIA, L. M. (2005) – Inclusão e Necessidades Educativas Especiais: um guia para educadores e professores. Porto: Porto Editora.
COSTA, Ana Maria Bénard (1999). Uma Educação Inclusiva a partir da escola que temos. In Uma Educação Inclusiva a partir da escola que temos. Lisboa: Conselho nacional de Educação, pp. 25-36.
As vantagens da inclusão suplantam claramente os problemas ainda existentes. Para uma melhor clarificação, sistematiza as vantagens sobretudo na perspectiva dos professores e dos alunos com NEE, tal como as passamos a apresentar.
A inclusão, na perspectiva dos professores, proporciona-lhes a oportunidade de trabalhar com outros profissionais, permitindo desde logo aliviar muita da pressão associada ao ensino. Este trabalho em conjunto permite, por outro lado, a partilha de estratégias de ensino, uma maior monitorização dos progressos dos alunos, o combate aos problemas de comportamento e o aumento da comunicação com outros profissionais da educação e com os pais.
Os professores titulares das turmas e os da educação especial, que trabalham em colaboração, apresentam níveis de eficiência e de competência maiores do que os restantes colegas que leccionam em classes tradicionais.
Os docentes envolvidos no processo da inclusão consideram que a sua vida profissional e pessoal melhora pois o trabalho em colaboração torna o ensino mais estimulante, porque permite a experimentação de várias metodologias e a consciencialização das suas práticas e crenças. Os professores consideram, ainda, que a oportunidade de trabalhar em conjunto com outros profissionais os ajuda a quebrar o isolamento em que muitos se encontram e a desenvolver amizades mais duradouras fora da sala de aula.
As vantagens tornam-se evidentes também para a liderança escolar, para os pais e para outros recursos comunitários pois envolve-os, de uma forma diferencialmente convergente, para ajudarem os alunos a atingir níveis satisfatórios de sucesso educativo.
A inclusão reconhece o direito do aluno com NEE aprender junto com os seus colegas sem NEE, proporcionando-lhe aprendizagens similares e interacções sociais adequadas. Pretende, também, retirar-lhe o estigma da deficiência, preocupando-se com o desenvolvimento global dentro de um espírito de pertença, de participação em todos os aspectos da vida escolar, sem nunca esquecer a resposta às suas necessidades específicas.
Por outro lado, os alunos sem NEE têm a possibilidade de perceber que todos somos diferentes e, por conseguinte, que as diferenças individuais devem ser respeitadas e aceites, ou seja, aprendem que cada um, independentemente dos seus atributos, tem sempre algo de valor a dar aos outros.
Apesar das vantagens apresentadas, este processo inclusivo exige dos professores um elevado nível de profissionalismo e de competência no desempenho das suas responsabilidades. Muitas vezes deparam-se com dilemas éticos e profissionais, com questões legais e administrativas e nem sempre é possível praticarem um ensino altamente individualizado, intensivo e baseado em planificações consistente (Correia, 2005).
Karagiannis e colaboradores, referidos por Correia (2005, p. 16), apresentam um conjunto de vantagens preconizadas pela filosofia inclusiva. Esta permite desenvolver atitudes positivas perante a diversidade através da interacção e da comunicação. Facilita, também, a aquisição de ganhos ao nível do desenvolvimento académico e social pois, pelas interacções constantes com os pares, os alunos adquirem mais e melhores competências dentro das diversas áreas. Prepara, ainda, os alunos com NEE para a vida na comunidade através do seu desempenho educacional, social e ocupacional. E evita os efeitos da exclusão.
Por outro lado, Costa (1999, p. 25) sintetiza as vantagens considerando que a educação inclusiva se justifica porque é eficaz, dispensa elevadíssimos custos das escolas especiais, corresponde ao desejo dos pais e, sobretudo, insere-se na defesa do direito à plena dignidade da criança como ser humano, livre e igual em direitos e dignidade.
Bibliografia:
CORREIA, L. M. (2005) – Inclusão e Necessidades Educativas Especiais: um guia para educadores e professores. Porto: Porto Editora.
COSTA, Ana Maria Bénard (1999). Uma Educação Inclusiva a partir da escola que temos. In Uma Educação Inclusiva a partir da escola que temos. Lisboa: Conselho nacional de Educação, pp. 25-36.
2 comentários:
Nem mais, professor João... è assim que vejo a inclusão numa perspectiva global. Bem sei que este objectivo é um quase ideal, e que se está longe do concenso geral, mas lá chegaremos... Acredito que este é o caminho, apesar de ir conhecendo casos lastimáveis que persistem em desviar-nos deste caminho. Temos de insistir, persistir, nunca desistir e contagiar a sociedade. É o que procuro fazer no meu dia-a-dia, por vezes até à exaustão, engulindo sapos do tamanho de burros, sendo diplomata mesmo quando me apetece dar um grito... mas é este o meu estilo e tenho que dizer em verdade que comigo as coisas até têm felizmente corrido bem. O meu menino está bem acompanhado:)
A lentidão do sistema é que não ajuda, mas na Unidade dele, o lema é o mesmo que o meu, e mesmo que a conta gotas, vão se conseguindo as coisas. (Tenho a certeza que me percebe bem, talvez até se depare também com as mesmas questões no seu dia-a-dia).
Abraço
Cristina
Muitos dos pais com crianças com necessidades especiais, não sabem que os filhos podem interagir com restantes crianças, penso que também poderá partir dos pais a mudança da mentalidade, a familía é preponderante e imprescindível para o sucesso escolar. A formação deve começar pelos professores e todos os profissionais que estão ligados ao ensino, abrir mentalidades e perceber as demais vantagens que este tipo de ensino para todos possa melhorar a auto-estima destas crainças. No fundo somos todos iguais e insubstituíveis.
Terapeuta da Fala
Enviar um comentário