sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Sindicatos contra "remendos" continuam a exigir suspensão

As 'soluções' apresentadas pela ministra da Educação para viabilizar o modelo de avaliação dos professores em nada entusiasmaram a "plataforma" de sindicatos, que mantém a exigência da suspensão do processo, além de acrescentar mais algumas críticas à postura da governante nesta matéria.
"As 'soluções' não são soluções nenhumas", disse ao DN Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof). "São remendos em tecido velho, que se rasgam com facilidade", acusou.
Para o sindicalista, as medidas anunciadas por Maria de Lurdes Rodrigues "são a prova provada de que o modelo é inaplicável" e ficam marcadas pela "desculpabilização" do Governo pelo que correu mal e a constatação de que a governante "não percebe o funcionamento das escolas" que tutela.
A primeira crítica prende-se com as justificações dadas pela Ministra da Educação para deixar cair, ainda que apenas neste ano lectivo, a definição de metas nas escolas relativamente ao combate ao insucesso e abandono escolar dos alunos: "Oque a senhora ministra fez foi atribuir responsabilidades às escolas pelo que correu mal", criticou. "E isso é, no mínimo, lamentável".
Já as dúvidas sobre os conhecimentos de gestão escolar da ministra prendem-se com as promessas de compensar os avaliadores pelo trabalho com acertos nos horários e dar aos avaliados a opção de escolher um avaliador da sua área.
"O que significa isto?", questionou. "A senhor ministra não sabe como se organiza uma escola? Se o professor avaliado fizer essa exigência o que vão fazer. Mudar os horários dos avaliadores em Novembro, prejudicando o funcionamento da escola?".
Também Carlos Chagas, do Sindicato Independente e Democrático dos Professores (Sindep) desvalorizou as novidades: "O que está em cima da mesa, que não foi abordado pela ministra, é a mudança do paradigma do modelo", resumiu.
Os sindicatos reúnem-se hoje com a ministra, num encontro que não consideram "negocial" onde vão ouvir as propostas, mas mantêm para já as acções de luta agendadas e a exigência da suspensão da avaliação.

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