sexta-feira, 26 de setembro de 2008

ME vai formar 1700 profissionais nos próximos três meses


Mais de mil professores e técnicos de ensino vão receber cursos de educação especial, disse à Lusa fonte do Ministério da Educação, reagindo a preocupações da Federação Portuguesa das Associações de Surdos.
A propósito do Dia Mundial do Surdo, que se assinala domingo, o presidente da Federação Portuguesa das Associações de Surdos (FPAS) revelou terça-feira à Lusa que uma das "maiores preocupações" é a de os "jovens poderem prosseguir os seus estudos em direito de igualdade, com intérpretes de língua gestual portuguesa, na sala de aula, sem terem que ser os próprios a pagar os ordenados" daqueles técnicos.
De acordo com dados fornecidos à Lusa pelo Ministério da Educação, entre Outubro e Dezembro vão ser realizados cursos de formação em educação especial - nos domínios da surdez, visão, multideficiência e espectro do autismo - abrangendo um total de 1200 professores e outros técnicos dos ensinos público e privado.
Quanto à surdez, o Ministério adiantou que vão estar envolvidos, no ano lectivo que agora começou, 74 formadores de Língua Gestual Portuguesa (LGP), 76 intérpretes e 36 terapeutas da fala.O Ministério tem identificados na rede escolar 815 alunos com surdez severa ou profunda.
O adjunto do secretário de Estado da Educação Manuel Joaquim Ramos realçou a aposta na formação dos auxiliares de acção educativa, considerado um "grupo muito importante na inclusão dos alunos" com dificuldades.
De acordo com a mesma fonte, este ano foram formados 700 destes auxiliares.
Quanto aos professores de LGP, o Ministério reconhece que há poucos docentes, justificando essa falta com a indisponibilidade dos professores em receberem formação, disponível nas associações de surdos do Porto e Lisboa.
Também devido à falta de meios humanos, o Ministério tem tentado, desde há dois anos, reunir os alunos surdos em escolas de referência, reconhecendo, no entanto algumas dificuldades, disse.
Entre elas está a dispersão geográfico das situações e a dificuldade em sensibilizar os pais para a integração dos seus filhos em escolas de referência.
Nas escolas de referência "verifica-se uma concentração de turmas de alunos surdos, de docentes surdos e de docentes e técnicos com competência em LGP promotoras da criação de uma comunidade linguística de referência", acrescentou a mesma fonte.
Essa inserção em comunidade é necessária para que os alunos surdos desenvolvam a sua língua gestual, referiu.

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