O relatório "Estado da Educação 2014" tece algumas referências às educação especial. De entre elas, destacam-se as seguintes.
A análise da distribuição dos alunos com necessidades educativas especiais (NEE) que frequentam as escolas regulares do Continente, por nível, ciclo e ano de escolaridade leva a constatar que, ao longo dos anos letivos considerados, o número global de alunos aumenta, situação que ocorre quer no ensino básico quer no ensino secundário.
Na educação pré-escolar verifica-se um acréscimo em 2012/2013, face a 2010/2011, e uma diminuição em 2013/2014, em relação ao ano anterior. Em 2013/2014, do total de crianças e jovens com NEE a frequentarem escolas regulares no Continente, 3,85% encontravam-se no pré-escolar, 85,61% no ensino básico e 10,54% estavam matriculados no ensino secundário.
Comparando os dois últimos anos letivos, verifica-se no Continente um acréscimo de alunos com NEE no ensino secundário (23,68%), no 2º ciclo (6,71%) e no 3º ciclo (5,42%) e um decréscimo na educação pré-escolar (-8,55%) e no 1º ciclo do ensino básico (-0,72%).
Em 2013/2014 frequentavam estabelecimentos públicos
de educação e ensino 95,21% do total de alunos com
NEE matriculados nas escolas regulares (Figura 3.4.8.),
verificando-se um crescimento do número destes alunos
desde 2010/2011, tanto em escolas públicas como nas
privadas. A variação entre 2010/2011 e 2013/2014
atingiu 40,1% no caso das primeiras e 41,9% no caso das
segundas.
Aos alunos com NEE aplicam-se um conjunto de medidas
educativas que visam promover a sua aprendizagem e
participação – Adequação do processo de ensino e de
aprendizagem – nas quais se incluem: o apoio pedagógico
personalizado; a adequação curricular individual; a
adequação de processo de matrícula; a adequação do
processo de avaliação; o currículo específico individual;
e as tecnologias de apoio (artº 16º do Decreto-Lei n.º
3/2008, de 7 de janeiro).
Entre 2011 e 2014 o número de professores de
educação especial colocados em escolas públicas no
Continente não sofreu grandes alterações (houve uma
diminuição de 115 docentes) (Tabela 3.4.7), sendo no
entanto de salientar que no ano letivo de 2012/2013
se verificou um aumento de 354 docentes do grupo
910 de recrutamento (apoio a crianças e jovens com
graves problemas cognitivos, com graves problemas
motores, com graves perturbações da personalidade
ou da conduta, com multideficiência e para o apoio em
intervenção precoce na infância).
Em contrapartida,
registou-se uma redução dos docentes com a função
de prestarem apoio educativo às crianças e jovens com
cegueira ou baixa visão (grupo 930) e dos que, estando
integrados em equipas de educação especial, não
pertencem a um grupo de recrutamento específico de
EE. Em todos os grupos de recrutamento específicos
houve decréscimo de docentes em funções nas escolas
públicas em 2013/2014 face ao ano anterior.
Em quatro anos o número total de técnicos das escolas
públicas afetos à educação especial, no Continente,
reduziu-se para menos de metade (Tabela 3.4.9), sendo
os terapeutas ocupacionais e os terapeutas da fala os
que mais diminuíram a sua presença no apoio à educação
especial, representando em 2013/2014 respetivamente
36% e 39% dos que existiam em 2010/2011. Em valores
absolutos os psicólogos foram os que mais efetivos
reduziram, perdendo as escolas públicas 787 destes
técnicos nos anos em análise.
O apoio especializado da educação especial é prestado,
consoante a situação dos alunos, pelo educador de
infância, professor da turma ou da disciplina, ou pelo
docente de educação especial.
No âmbito da intervenção precoce na infância existem
agrupamentos de escolas de referência para a colocação
de docentes.
No Continente, existem 128 agrupamentos de referência
para a Intervenção Precoce na Infância
que apoiam 6 267 crianças com idades iguais ou
inferiores a 6 anos (DGEEC-MEC, 2015). Na Tabela
4.1.5. observa-se que nesses agrupamentos estavam
colocados, em 2013/2014, 476 docentes (educadores
de infância), dos quais 343 tinham especialização
em educação especial. As regiões Centro, Norte e A.
M. de Lisboa com 122, 112 e 106, respetivamente,
integravam a maioria dos docentes, correspondendo
a uma percentagem de 71,4%.
Os grupos de recrutamento (GR) da educação especial
totalizavam 5 300 docentes no Continente, em
2013/2014, o que significa um decréscimo de 115
docentes em relação ao ano letivo de 2010/2011 e menos 352 quando comparado com 2012/2013 (Tabela
4.1.6.). Estes docentes pertenciam maioritariamente ao
GR 910.
Destaques:
• Decréscimo do número de docentes dos grupos de
recrutamento de educação especial em 2013/2014
relativamente a 2012/2013.
• A grande maioria dos docentes de educação especial
tinha em 2013/2014 especialização em educação
especial.
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