O Agrupamento de Escolas de Mogadouro (AEM), em Bragança, instalou recentemente uma ‘Sala Multissensorial’ que pode ajudar alunos portadores de deficiência no desenvolvimento psicomotor.
“Temos uma sala com alunos multideficientes e adquirimos um equipamento móvel que permite estimulação sensorial das crianças”, afirma o diretor do AEM, José Maria Preto, ao Ciência Hoje.
Este equipamento tem um conjunto de funcionalidades, desde o borbulhar da água, projeção de imagens, de sons, luminosidade, etc. e a criança entra na cabine e interage por estímulos que lhe são lançados.
“É interessante ver como as crianças se lançam para cima daquilo e tentam agarrar tudo o que está lá dentro e ficam altamente excitadas com o que se passa”, diz o responsável. E o objectivo é mesmo esse, a“estimulação do sistema sensorial a diferentes níveis”.
A ideia para equipar o AEM com este novo sistema “surgiu do conhecimento que tínhamos da existência de salas multissensoriais”(Snoezelen), conta José Maria Preto. “Tínhamos um projeto para criar uma sala dessas só que o equipamento custar-nos-ia á volta de 28 mil euros, o que significava que teríamos de fazer uma candidatura a fundações que investissem na instalação. Até já tínhamos o espaço cedido pela Câmara Municipal e houve contatos feitos para financiamento, mas não houve feedback”, continua. No entanto, no ano passado “soubemos que havia, a preços mais modestos, umas unidades móveis que substituíam a maior parte das valências dessas salas de multideficiência e avançámos para a sua aquisição”, esclarece.
O equipamento veio da Suécia e custou seis mil euros. “Tínhamos verbas da escola destinadas para o efeito e tivemos uma parceria da Câmara Municipal”, refere o diretor do AEM.
Assim, neste momento, a ‘Sala Multissensorial’ encontra-se instalada na Escola Básica do 1.º Ciclo e Jardim de Infância de Mogadouro e vai permitir a utilização aos alunos portadores de deficiência dos concelhos vizinhos de Miranda do Douro ou Torre de Moncorvo.
“Fica ao serviço não só das crianças da unidade de multideficiência mas da comunidade escolar e educativa pois é um equipamento móvel que pode ser transportado dali para outro sítio”, afirma José Maria Preto. Para além disso, se o Centro de Saúde ou a Santa Casa da Misericórdia, por exemplo, necessitarem de utilizar o equipamento, "nós com toda a vontade o cederemos”, acrescenta.
As quatro crianças da unidade de multideficiência do AEM já estão a utilizar o novo equipamento “todas as terças e quintas” desde o início do mês de Março. E os pais não têm de pagar “absolutamente nada” por isso. Inclusive duas dessas crianças fazem 80 quilómetros por dia para ir para a escola num transporte especial que é pago pela Direção Regional de Educação do Norte.
O objectivo “é muito nobre” e “não é barato” mas “vale a pena ver o trabalho que se faz com as crianças a nível do desenvolvimento psicomotor”, partilha José Maria Preto.
In: Ciência Hoje
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