Os contos de fadas são muito mais do que histórias de encantar, ou peripécias e aventuras criadas e alimentadas pela imaginação. São também bálsamos para a alma e emoções das crianças. Estas histórias são o motor do projeto “Somos o que Brincamos”, mote da campanha promovida pelo Programa Nacional para a Saúde Mental (PNSM) da Direção-Geral da Saúde (DGS), que vai mostrar a importância dos contos de fadas na promoção da saúde mental infantil. O atual contexto, de pandemia e restrições, é relevante.
A ideia é que crianças, dos quatro aos dez anos, brinquem às histórias de encantar, umas com as outras, em família ou com a ajuda de um adulto. Com tudo o que as histórias têm dentro: personagens boas e más, sonhos e dramas, alegrias e conflitos. O projeto quer aumentar a literacia em saúde mental, evitar que contos de fadas se percam, e que se adulterem histórias tradicionais recolhidas por autores como Perrault, Grimm e Andersen.
Crianças e educadores envolvem-se em atividades relacionadas com as histórias dos livros. Encenações, jogos, construção de material pedagógico, tudo o que é possível criar, enquanto se promovem competências socio-emocionais. E os passos são acompanhados por um momento de reflexão e discussão sobre a promoção da saúde mental dos mais novos, um processo orientado por um profissional da área.
O projeto arranca em Évora, no Alentejo, em jardins de infância e escolas do 1.º Ciclo do distrito, por onde circula a maleta pedagógica “Oficina de Histórias Somos o que Brincamos” com um jogo de tabuleiro, cenários, e várias figuras ilustradas que representam personagens dos contos de fadas para brincar ao faz de conta. Há ainda materiais de divulgação, a brochura e o cartaz do projeto, marcadores de livros.
“O conto de fadas constitui um meio facilitador nas angústias inerentes ao crescimento, utilizando as narrativas que o recurso à fantasia possibilita e enquadra. Através dos problemas apresentados e das soluções encontradas, a estrutura dos contos tradicionais oferece respostas para os conflitos inevitáveis das várias fases do desenvolvimento da criança”, refere Conceição Tavares de Almeida, psicóloga e membro do PNSM. “A chave do sucesso dos contos de fadas está no facto de captarem e traduzirem a forma como a criança vê e vivencia o mundo”, sublinha.
O projeto foi desenvolvido com ajuda de contributos de um coletivo de professores universitários na área da literatura de infância, educadores de infância, artistas ilustradores, contadores de histórias, técnicos de saúde mental, crianças, pais e cuidadores.
Esta campanha acontece em parceria com uma livraria do Alentejo, a Fonte de Letras, situada em Évora. A vontade é alargar o projeto a outros lugares do país, sempre com apoio de livrarias locais. “Brincar é para ser levado a sério. E brincar em família aos contos de fadas faz bem à saúde mental”, sublinha a DGS, em comunicado.
Fonte: Educare
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