O Ministério da Educação divulgou o estudo "O perfil escolar da comunidade cigana", que caracteriza estes alunos matriculados no ano letivo 2016/2017 em escolas públicas.
O número de alunos ciganos nas escolas duplicou nos últimos 20 anos, disse o ministro da Educação, destacando o aumento significativo da participação das crianças ciganas no pré-escolar, "fundamental para percursos de sucesso escolar".
"Pela primeira vez, desde os anos 90, o Ministério da Educação teve a preocupação de entender como estamos relativamente às comunidades ciganas e à sua escolarização", disse o ministro da Educação, no final de uma visita à Escola Básica de Coruche, que considerou um "exemplo de integração".
Relativamente aos últimos números conhecidos, "é importante ver que temos o dobro de estudantes" ciganos, salientou Tiago Brandão Rodrigues, que foi recebido na escola com danças e cantares ciganos protagonizados por alunos da escola,
"Por outro lado, e de forma significativa, vemos que o pré-escolar, que é absolutamente fundamental para percursos de sucesso escolar, tem cada vez mais alunos das comunidades ciganas", realçou.
Também se assistiu a um aumento no número de estudantes no terceiro ciclo e no secundário: "Ainda sendo preocupante, porque sabemos que existe um conjunto de estudantes que não faz todo o percurso da escolaridade obrigatória, temos um número significativo de estudantes a fazê-lo e em paridade entre rapazes e raparigas".
Isto significa que o abandono escolar das raparigas das comunidades ciganas "não é uma inevitabilidade", frisou.
Presente na visita, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade congratulou-se com estes dados, mas disse que ainda "há muito a fazer na melhoria da condução das raparigas e das mulheres nas comunidades ciganas".
Para isso, a Estratégia Nacional para a Igualdade e Não Discriminação tem "medidas concretas para intervir sobre esta realidade das raparigas e mulheres ciganas no domínio da educação", para "as capacitar, apoiando diversos projetos de empoderamento e capacitação das raparigas e mulheres ciganas", disse Rosa Lopes Monteiro.
Para o ministro, a Escola Básica de Coruche é um exemplo de integração para o qual contribuiu o "projeto fantástico" - as "Salas de vidro" - onde a comunidade cigana vai cada vez mais à escola e a escola "vai às comunidades ciganas" fazer um "trabalho sério, pedagógico" e de integração no pré-escolar, mas não só.
Também faz um trabalho de articulação nos outros níveis de ensino para "combater o insucesso e acima de tudo promover o sucesso escolar das crianças ciganas a aumentar o nível de equidade".
"Quando comparamos o insucesso escolar que existe nas comunidades ciganas" com outras comunidades com o mesmo nível socioeconómico, "entendemos que não existe de todo um número mais preocupante nas comunidades ciganas", salientou.
Considerando preocupante o facto de ainda existir "muita retenção" nestas comunidades, o ministro disse que é necessário um trabalho conjunto para a combater e "compensar, quando é necessário, com a ação escolar e com outros mecanismo de integração e de inclusão na escola".
Durante a visita, integrada nas comemorações do Dia Internacional das Comunidades Ciganas, Tiago Brandão Rodrigues, falou com os alunos das várias salas de aulas e pintou com eles um desenho que lhes pediu para colocar no seu gabinete do Ministério da Educação.
No final da visita, disse que esta escola, com 300 alunos, 50 dos quais da comunidade cigana, é um exemplo onde "a integração e a inclusão acontece em em plenitude e onde as comunidades ciganas estão completamente integradas".
Representa um "esforço da autarquia, do Ministério da Educação e da comunidade, para que a comunidade cigana faça comunidade com a escola".
Fonte: TSF
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