A Direção-Geral de Estatística de Educação e Ciência (DGEEC) analisou o percurso dos alunos ao longo do 3.º ciclo e do secundário e verificou que, no passado ano letivo, aumentou a percentagem de estudantes que nunca tinham reprovado nenhum ano e que tinham conseguido ter positiva nos exames nacionais.
Intitulado “percursos diretos de sucesso”, este indicador mostra que, no final do ano letivo passado, 46% dos alunos conseguiram terminar o 9.º ano sem chumbos nem negativas nos exames, o que revela um aumento de seis pontos percentuais em relação ao ano anterior.
No secundário também se registou uma melhoria de resultados. com 42% dos alunos a terminar o 12.º ano com um percurso de sucesso (mais cinco pontos percentuais em relação ao ano anterior).
Esta “ligeira subida” foi hoje apontada pelo secretário de Estado da Educação, João Costa, que sublinhou que “é sempre preciso olhar para estas variações com alguma calma”, até porque houve uma melhoria nos resultados dos exames nacionais.
Este indicador revela ainda que as raparigas conseguem ter melhores resultados do que os rapazes e que os jovens de famílias carenciadas têm mais dificuldades em conseguir fazer o seu percurso sem reprovações.
No 3.º ciclo, a maioria das raparigas (51%) teve um percurso de sucesso contra 41% dos rapazes, uma diferença que se esbate um pouco no secundário, onde as mulheres continuam a ter melhores resultados (47% contra 37% dos homens).
Olhando para os distritos, Coimbra e Braga são os únicos onde pelo menos metade dos alunos do básico consegue ter um percurso de sucesso, com 57% e 50% dos alunos respetivamente.
No secundário nenhum distrito consegue que, pelo menos, metade dos alunos nunca chumbe: Braga e Viana são os melhores com 48% dos alunos a conseguir terminar o 12.º ano sem perder nenhum ano e com positiva nos exames nacionais.
Além dos percursos diretos de sucesso, a DGEEC analisou ainda os resultados dos alunos que no ano passado realizaram as provas de aferição, tendo feito uma avaliação por domínios, ou seja, no caso da prova de Português, por exemplo, seria avaliada a compreensão oral, a escrita, a gramática e a leitura dos alunos.
"Estes dados estão desde hoje disponíveis no portal do InfoEscolas, permitindo às escolas perceber se há domínios que se destacam ou domínios em que estão a falhar”, explicou por seu turno João Batista, da direção da DGEEC.
Outra das novidades é a informação sobre os cursos profissionais, que permite dar a conhecer a realidade da rede de ensino profissional atualmente frequentada por cerca de 105 mil alunos.
No total, o InfoEscolas apresenta este ano informações sobre cerca de 5.350 escolas e 1,2 milhões de alunos.
“Temos mais dados e dados com mais qualidade para contrariar aquelas análises simplistas. São dados que não vão induzir em más práticas”, sublinhou o secretário de estado, criticando a divulgação de listas de escolas seriadas apenas tendo em conta os resultados nos exames nacionais por considerar que tal “precipita más práticas educativas”, como a retenção de alunos.
Ao contrário desses ‘rankings’, João Costa acredita que o indicador de percursos diretos de sucesso permite uma avaliação mais séria do trabalho realizado pelas escolas.
O secretário de Estado lembrou ainda que este indicador já está a ser utilizado no âmbito do programa nacional de promoção de sucesso escolar.
Fonte: Sapo24
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