O sistema VirtualSign, que converte texto em sinais, exibidos através de movimentos de um 'avatar' [representação gráfica de uma pessoa], será instalado em todos os estados do Brasil, no primeiro trimestre de 2018, já adaptado à língua gestual do Brasil, informou à Lusa o vice-presidente do P.Porto, Carlos Ramos.
À semelhança do que é utilizado em Portugal, a tecnologia que será instalada no Brasil terá incorporada uma luva com 14 sensores e um sistema de captação do movimento corporal que, em conjunto, permitem que se identifiquem os gestos realizados por um surdo e, desse modo, traduzir tais gestos em texto.
De acordo com Carlos Ramos, a diferença é que esta nova versão da luva custará 250 euros, ou seja, 20 vezes menos do que a primeira luva desenvolvida, que rondava os cinco mil euros, facto que pode levar à generalização da aquisição do sistema.
O VirtualSign vai chegar a todos os estados brasileiros, tirando partido da rede de institutos federais, que estão em 644 campus.
Na primeira fase vai ser instalado em 50 campus, atingindo os 250 numa segunda etapa fase (com previsão de arranque para 2019) e alastrando aos restantes numa última fase.
"Vamos começar pelos institutos federais, por ser uma boa maneira de generalizar para todos os estados do Brasil, seguindo-se as prefeituras (câmaras municipais), escolas primárias, hospitais e outras entidades", referiu Carlos Ramos, considerando que este sistema faz sentido em qualquer local físico ou virtual onde o utilizador de língua gestual possa estar ou usar.
E acrescentou: "com a instalação deste sistema num país com uma dimensão continental como o Brasil, fica demonstrada a capacidade de ser usado em qualquer parte do mundo, desde que se efetue o trabalho de criação do dicionário de língua gestual local".
A entrada deste sistema no Brasil, continuou o vice-presidente, só foi possível com a agregação do Instituto Federal de Góias (responsável pela criação da luva de baixo custo) e do Instituto Nacional de Educação de Surdos, que já colaboram na introdução do dicionário de gestos da língua usada no Brasil no VirtualSign.
Segundo o vice-presidente do P.Porto, em Portugal o projeto continua a evoluir, estando neste momento em desenvolvimento a validação de um dicionário e vocabulário mais amplo, com várias entidades a demonstrarem interesse no sistema, como acontece com as câmaras municipais.
"O que faz falta é um entendimento do interesse em generalizar o projeto, como está a acontecer no Brasil. Seria bom que tal como foi feito lá, também em Portugal tivéssemos uma entidade governamental que quisesse pegar no projeto e generalizar o seu uso", acrescentou.
A responsável pelo VirtualSign é Paula Escudeiro, coordenadora do Gilt, uma unidade dedicada às tecnologias de computação gráfica, interação e aprendizagem, do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), pertencente ao P.Porto.
Fonte: DN por indicação de Livresco
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