As pessoas que sofrem de Perturbação Obsessiva Compulsiva (POC) podem vir a beneficiar de uma nova técnica que reduz os efeitos da doença psicológica. Os doentes submetidos a procedimento experimental, que passa pela colocação de elétrodos no cérebro, mostraram melhorias significativas.
O primeiro estudo britânico de estimulação cerebral profunda para a POC envolveu seis pessoas muito afetadas pela doença. Cada paciente teve quatro elétrodos inseridos cirurgicamente no cérebro. Estes elétrodos são usados para estimular eletricamente circuitos cerebrais com o objetivo de controlar a doença.
Um dos pacientes, uma mulher que tem agora com 40 anos, descreveu como a sua vida foi totalmente dominada pela doença durante uma década, antes de participar no estudo. As suas perturbações obsessivas e compulsivas levaram-na a demorar até 14 horas para ir à casa de banho, várias horas para sair da cama: problemas que a forçaram a viver numa unidade psiquiátrica. Vivia apavorada com venenos e contaminação, chorava de frustração durante horas todos os dias. "Foi paralisante", disse a mulher, que quer permanecer anónima.
Esta doente disse que a sua vida foi transformada com este novo procedimento. Seis anos depois de ter os elétrodos permanentemente colocados no seu cérebro, vive de forma independente num apartamento, iniciou um relacionamento e faz um trabalho voluntário regular. "Para mim, foi apenas um milagre", disse, citada pelo The Guardian . "Todos os dias, quando acordo, não posso acreditar na minha sorte."
Pessoas com POC geralmente debatem-se com pensamentos intrusivos e rituais repetitivos. A condição, que se pensa afetar cerca de 1,2% da população, pode normalmente ser controlada com medicação e terapias comportamentais. No entanto, nos casos mais graves, o POC pode ser avassalador, deixando as pessoas confinadas, angustiadas e incapazes de realizar as tarefas do dia-a-dia.
Os participantes do estudo, iniciado há vários anos, sofriam todos de POC há pelo menos 20 anos e não responderam a tratamentos convencionais, como medicamentos e terapia cognitivo-comportamental. "Pode parecer um tratamento extremo, mas é para um grupo extremamente doente", disse Eileen Joyce, professora de neuropsiquiatria da University College London, que liderou o estudo.
Fonte: DN
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