sábado, 16 de março de 2019

A avaliação num contexto de flexibilidade curricular – Método VER


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No âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular, muito se tem discutido a questão da avaliação das aprendizagens. De facto, esta é uma dimensão essencial do currículo, que tem que ser equacionada conjuntamente com as estratégias de ensino e de aprendizagem.
Longe de tentar simplificar excessivamente uma questão tão complexa como a da avaliação, proponho-vos um método que pode ajudar-nos a otimizar as nossas práticas: o método VER, que consiste em três passos: 

1.Veja as diferentes possibilidades de avaliar.
Há muitas e variadas, mas tendemos sempre para o teste escrito. Embora este instrumento de avaliação, quando bem construído, possa ser eficaz para a avaliação de determinado tipo de conhecimentos, ele não é, certamente, o instrumento mais adequado para a avaliação de todo o tipo de conhecimentos.
É, portanto, necessário inventariar todo um leque de opções possíveis (relatórios; projetos de investigação ou outros; realização de documentários, filmes, podcasts, vídeos, protótipos; escrita de uma peça de teatro, jornais, revistas; organização de conferências e outros eventos; dinamização de blogues, páginas web, página do Facebook; simulações; dramatização; portefólio digital ou em papel, …), para depois podermos fazer uma escolha com sentido.

2. Escolha a forma mais adequada de avaliar os conhecimentos que pretende avaliar.
Neste passo deve imperar o princípio da adequação. A escolha do instrumento de avaliação a utilizar não pode ser aleatória ou feita com base na tradição.
Será que a melhor forma de comprovar se alguém sabe nadar é pedir-lhe que faça um teste escrito sobre os 4 estilos de natação?... A resposta parece óbvia, tornando até um pouco absurda esta questão. Mas o facto é que todos os dias se praticam absurdos semelhantes nas escolas...

3. Retribua o trabalho dos alunos, com feedback detalhado, informativo e útil para as suas aprendizagens. 

As mudanças a que assistimos (e a que vamos continuar a assistir no futuro) relativamente à forma como aprendemos, como nos desenvolvemos e como vivemos, tornam uma mudança de paradigma ao nível das práticas de ensino / aprendizagem / avaliação um imperativo ético de qualquer profissional da educação.
Às escolas e aos educadores e professores cabe o desafio de resistir às práticas cristalizadas que nos tolhem o pensamento e nos impedem de ver o óbvio: que o modelo de educação que (ainda) temos está falido e agrilhoado a um tempo no qual já não vivemos. Consequentemente, cabe-lhes, também, o desafio de procurar as melhores formas de ajudar os alunos a demonstrar as suas aprendizagens, através de produtos e desempenhos que se adeqúem aos tempos em que vivemos e, principalmente, ao tempo em que eles vão viver...

Ilídia Cabral

1 comentário:

Anónimo disse...

Há que "sair da caixa" !!!!