sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Lei da educação especial vai ser repensada

O Ministério da Educação quer reavaliar o que é uma necessidade educativa especial. O secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, afirma que algumas necessidades educativas especiais que agora são consideradas permanentes podem passar a ser consideradas temporárias, deixando por isso de estar ao abrigo [da educação] especial.
João Grancho garante (...) que a ideia não é reduzir o conjunto das necessidades educativas especiais, mas sim prevenir que as escolas se tornem cenários terapêuticos. Em breve o Ministério da Educação vai chamar pais, professores, técnicos e especialistas em [educação] especial para começar a mudar a lei da educação especial.

In: RTP

Comentário
O que virá aí?!

8 comentários:

Anónimo disse...

Dá para perceber agora o corte nos docentes de EE e outras maldades? Qualquer dia são elegiveis para EE apenas os alunos com deficiências profundas. Demasiado previsível...
Não percebi o alcance da afirmação: "prevenir que as escolas se tornem cenários terapêuticos".
O que quer fazer com essa "prevenção", Professor Grancho?
Lopes

Anónimo disse...

Relativamente a este post gostaria de deixar aqui 3 considerações que já teço há algum tempo:
Ponto 1: Sim estes cortes já eram esperados pois já suspeitava que a malha em torno dos alunos nee será cada vez mais apertada até ficarem apenas os alunos com deficiências profundas;
Ponto 2: mais dia menos dia esses mesmo alunos com deficiências profundas irão regressar aos estabelecimentos de educação/ensino especial;
Ponto 3: um dia quando os "iluminados" dos serviços centrais debruçarem-se sobre o dl 3/2008, e entenderem que salvo casos pontuais ( unidades de multi deficiência/ensino estruturado)os professores de EE não terão necessariamente de atuar no direto passando a funcionar mais como consultores, ai sim os cortes serão enormes.

João Adelino Santos disse...

Infelizmente, partilho dos receios ou previsões do "anónimo". Pela tendência da política educativa e dos comentários dos seus responsáveis, tudo indica que o conceito de necessidades educativas especiais venha a ser mais restritivo, afastando ainda mais alunos dos apoios necessários, e os casos mais graves voltem para as escolas de ensino especial.
A verificar-se, estamos perante um volte face na política inclusiva e uma negação dos acordos internacionais aos quais o Estado português se associou!

Anónimo disse...

Em julho fiz uma formação com a Drª Filomena Pereira da DGE, e ela já anda a vender o peixe, que é necessário chegar aos 2% de alunos com NEE, meta essa que segundo ela alguns países já estão a pensar em aplicar nomeadamente a Irlanda...
Esta senhora exaltava-se toda quando alguém questionava algumas das suas ideias, que se traduzem em corte e mais cortes...

Anónimo disse...

Cheira-me que este ano a monitorização de EE vai andar por ai nas escolas....

João Adelino Santos disse...

Enquanto docente de educação especial, já fui "alvo" de um processo de monitorização. Por princípio, sou favorável a estes processo porque, para além de contribuírem para alguma uniformização de procedimentos e aplicação de conceitos, servem, também, para, eventualmente, aperfeiçoarmos as nossas práticas e contribuem para o nosso aperfeiçoamento profissional. Usei o vocábulo "eventualmente" propositadamente porque a postura de quem monitoriza nem sempre é centrada nos alunos, no seu perfil de funcionalidade, na sua personalidade, na sua individualidade, mas na visão do aluno enquanto um número, um ser indefinido.
Relembro que, aquando da implementação do atual enquadramento da educação especial, a taxa de referência era de 1,8% de alunos com necessidades educativas especiais.
Como é possível avançar com este valor quando, à partida, há vários estudos que avançam com uma taxa de prevalência muito superior?! A prevalência de alunos com dislexia é muito superior a esta taxa!
Os alunos são indivíduos com personalidade própria e devem ser tratados em conformidade, sem restrições ou imposições economicistas! Como costuma escrever o Prof. Doutor José Morgado, o desenvolvimento de um país também se avalia pelo tratamento dado às minorias.

Anónimo disse...

A Senhora Doutora Filomena Pereira é a voz do dono. Transmite, interpreta, defende uma visão da educação especial que corresponde à filosofia vigente.
Ao longo dos anos, já a ouvi dizer que o preto é branco e, anos depois, que o branco era preto.
Se tirassem uma radiografia à versão oficial da Educação Especial, em cada um dos momentos, apareceria a Dra. Filomena pendurada nas costas do poder, servindo de papagaio.

Anónimo disse...

Faltou dizer que foi a Dra. Filomena Pereira que deu uma formação "rapidinha" aos inspetores que andam pelas escolas a fazer inspeções nessa área e que sabem tanto de educação especial como eu sei de física nuclear.