Segundo dados do Relatório Mundial sobre a Deficiência (OMS, 2011), o problema da integração das pessoas com deficiência é uma questão de Direitos Humanos, havendo a homologação pela Assembleia das Nações Unidas a 13 de dezembro de 2006, cujo objetivo é promover, proteger e garantir o usufruto pleno e igualitário de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por parte das pessoas com deficiência, promovendo, também, o respeito pela sua dignidade e reconhecendo na discriminação contra qualquer pessoas com base na deficiência em violação da dignidade e valor inerente à pessoa humana (Instituto Nacional de Reabilitação, 2011).
Também na Educação e Formação Profissional é comum estar associado um conjunto de barreiras e riscos de exclusão social para jovens com deficiência e/ou incapacidade. Além disso, revela-se drástico o aumento de jovens com perturbações mentais no campo da Formação Profissional. Isto representa um grande desafio para empregadores, formadores e professores que não têm o repertório adequado para tomar medidas ou o devido apoio para tal. Atualmente, os programas de educação e apoio nem sempre vão ao encontro dos requisitos específicos deste tipo de público, uma vez que acabam por ser enquadrados em categorias de deficiência genéricas.
A integração em Formação Profissional é um meio facilitador para a inclusão dos jovens que chegaram a um ponto onde as oportunidades e as respostas já não vão ao encontro das suas necessidades e expetativas, trabalhando durante o processo formativo competências profissionais, comportamentais, sociais e de cariz relacional, potenciando a sua vivência em sociedade.
O processo formativo promovido pela Fundação AFID garante a todos os que tomam parte a garantia à participação ativa em termos sociais, respeitando a individualidade de cada um, sejam elas de género, religião, étnicas, económicas, físicas, psicológicas, numa sociedade realmente inclusiva e igualitária na promoção de oportunidades, promovendo ao mesmo tempo uma mudança na mentalidade da sociedade, rumo a uma abertura face à diferença.
Desta forma, a todos os que recorrem ao serviço de Formação Profissional ao abrigo da Medida de Qualificação de Pessoas com Deficiência e Incapacidade na Fundação AFID Diferença, proporcionamos um serviço de Qualidade onde o Empowerment de cada um é a pedra basilar de todo o processo, auxiliando no desbravar sobre temáticas como o controle da sua própria vida, a participação na sua cidadania, e uma reflexão sobre a realidade da sua vida, promovendo a tomada de consciência da sua exclusão e falta de capacidade de decisão, identificar os recursos necessários que respondam às suas necessidades e orientar os formandos na tomada de decisão de forma assertiva.
Ao longo dos últimos três anos do grupo de formandos que terminaram a sua certificação na Fundação AFID Diferença, contamos com taxas de inclusão ativa acima dos 75%, mostrando-se uma meta bastante positivo, a grande maioria foram incluídos num pé de igualdade em termos contratuais, passando por um processo de selecção e recrutamento fora do regime especial.
Proporcionando um ambiente o mais seguro possível, pretendemos que os formandos adquiram os conhecimentos e as técnicas através da experimentação e repetição de tarefas. Sendo essa a principal razão para o curso ser maioritariamente prático. Fomentamos a autonomia e, acima de tudo, a constante superação de si mesmos, vencendo dificuldades e receios.
Recorrendo a um grande parceiro da proximidade, o IKEA de Alfragide, proporcionamos uma primeira experiência pré-profissionalizante. Na companhia do formador, e sob a sua orientação, os formandos são desfiados a cuidar, manter e repor as plantas que são vendidas na seção de plantas vivas desta loja.
O curso de Jardinagem e Manutenção de Espaços Verdes é adequado para formandos que gostem de estar ao ar livre, de realizar tarefas que exijam esforço físico e que não se importem de sujar as mãos na terra, nas plantas.
CASO DE SUCESSO: QUEREMOS APRESENTAR O J.
J era um jovem estudante com necessidades educativas especiais. Começou a frequentar a Fundação Afid com quinze anos de idade. A escola que acolhia o J propôs à Fundação Afid uma parceira para desenvolver uma atividade vocacional, um programa de treino pré-profissional, por um período de dois anos, uma vez por semana, J pode neste tempo experimentar as diferentes instalações e oficinas.
No seu plano individual foi identificada a facilidade com que o aluno aceitava a participação ativa nas tarefas propostas. Quando terminou a sua escolaridade obrigatória, J integrou de imediato o serviço de formação profissional na carpintaria.
No último ano de formação profissionalizante, enquadrou uma multinacional para fazer seu estágio, como trainee. Com essa experiência, J pôde solidificar o conhecimento e integrar o mercado de trabalho, sendo neste momento membro efectivo do staff da companhia que o tinha acolhido em estágio.
Na nossa opinião e experiência, todo o acompanhamento realizado ao longo dos anos que J esteve sob a nossa tutoria, contribui em grande parte para a sua integração numa vida ativa.
Falamos da verdadeira inclusão quando conseguimos tomar parte na construção de projetos de vida.
Fonte: lifestyle por indicação de Livresco
Sem comentários:
Enviar um comentário