terça-feira, 19 de junho de 2012

Constança, disléxica, não conseguiu concluir o exame de Língua Portuguesa

Os receios de Constança e da sua mãe confirmaram-se esta segunda-feira. A aluna disléxica foi obrigada a fazer o exame de Língua Portuguesa do 9.º ano sem os apoios a que está habituada – no caso a leitura do enunciado. Teve mais 30 minutos, mas não conseguiu chegar ao fim da prova (...).


Quando chegou ao início do tempo suplementar a que tinha direito devido à dislexia, Constança ainda não tinha conseguido responder às perguntas do II grupo, sobre gramática. Acabou por fazê-las, mas deixou em branco o III grupo (composição), que vale 30% em 100, relatou. Questionada pela TSF, disse que provavelmente teria conseguido concluir o exame se o Júri Nacional de Exames (JNE) tivesse autorizado que realizasse a prova numa sala separada, com leitura do enunciado. 

Este procedimento foi recomendado pela sua escola, pela terapeuta que a acompanha e mereceu um despacho favorável da Direcção Regional de Educação do Alentejo. Mas o JNE manteve-se intransigente, alegando que algumas escolas “generalizaram certas condições especiais de realização das provas de uma forma pouco criteriosa, em particular a medida ‘leitura de enunciado por um professor’”. (...)

Clara Viana

Comentário:
Este caso, à semelhança de outros, é revelador do desnorte da política educativa, trespassada por um radicalismo balofo, considerando, de forma implícita, a generalidade dos professores uns profissionais incompetentes e pouco criteriosos, ao ponto de só quererem facilitar a vida aos alunos... Onde está o princípio da discriminação positiva para, dentro do possível, tentar igualar as condições de todos os alunos?!

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