O ano letivo começa, as escolas reabrem em modo presencial, alunos e professores regressam às rotinas, e nem todos aprendem da mesma maneira. Há estilos diferentes de aprendizagem, de assimilar conteúdos. Há alunos que aprendem melhor com esquemas, desenhos, diagramas, figuras, de uma forma mais visual. Há outros que interiorizam o que ouvem, o que é dito nas aulas, as conversas ficam-lhes nos ouvidos. Há os que aprendem a ler e a escrever as matérias e através de resumos que condensam assuntos. Há os que retêm as informações, constroem modelos, transpõem os conceitos para o mundo real, preferem a prática à teoria. Cada aluno, uma cabeça, uma sentença.
Planear o estudo é fundamental para não andar às voltas nas cadeiras. É, aliás, uma das técnicas mais eficazes. Por isso, uma agenda é sempre bem-vinda, ou em papel ou eletrónica, seja como for. Ajuda a organizar os dias, os tempos de estudo, diminui a ansiedade, cria hábitos e rotinas. Mas uma agenda só é uma agenda se for usada como deve ser e só produz efeitos se for utilizada e não colocada a um canto ou ficar esquecida dia após dia, semana após semana.
O sucesso escolar está diretamente relacionado com três coisas, segundo Jorge Rio Cardoso, professor universitário e autor de várias obras sobre Educação. “Estar motivado, ter uma boa organização e um método de estudo eficaz”. A motivação também surge quando há uma ligação a outras atividades além do estudo, ao desporto, à música, ao teatro, à dança, por exemplo. “Só um jovem bem-disposto e motivado para a vida poderá também estar motivado para o estudo”, refere.
“O método de estudo deve-se adaptar ao tipo de aluno e ao ciclo de estudos em que se encontra. Não se estuda da mesma forma no Ensino Básico e no Ensino Secundário”, sublinha. Organização é fundamental. Jorge Rio Cardoso recomenda uma agenda, um quadro na parede para anotar responsabilidades, prazos, datas de testes, o que fazer, entre outras informações úteis para quem tem a tarefa de estudar. A agenda ajuda a programar o estudo, é uma técnica que não deve desvalorizada, a enumerar o que há para fazer, seja resolver exercícios, seja passar apontamentos a limpo, seja insistir numa matéria que não se percebeu, seja o que for. E estabelece prazos, ou seja, quando é para fazer. Adiar não é uma boa opção.
Jorge Rio Cardoso defende um método, baseado em estudos e análises que fez ao longo de anos, que se divide em quatro partes. Planeamento do estudo, organização dos apontamentos, compreensão/memorização, e aprofundamento dos temas. “Para cada uma destas partes, haverá diferentes técnicas de estudo”, afirma.
“As maiores dificuldades dos alunos prendem-se com a falta de concentração. Nos meus livros, dou várias ideias para contrariar isto, nomeadamente a ‘técnica pomodoro’, ou seja, um timer em que o aluno faz sessões de 25 minutos e um intervalo de cinco ou 10 minutos. Convirá que o aluno defina objetivos antes de iniciar cada sessão: resumir 10 páginas do livro ou fazer dois exercícios de Matemática, por hipótese”.
Não faltar às aulas e absorver o máximo de conteúdos são conselhos repetidos até à exaustão. Mas convém relembrar. Todos sabem que estar ou não estar numa aula faz grande diferença. Ter o caderno à mão, tomar notas, perguntar, trocar impressões, esclarecer dúvidas. Levar o material necessário para cada aula, prestar atenção, tirar apontamentos, perceber qual o melhor horário para estudar, evitar distrações. Tudo é importante. Mudar de ambiente de estudo se isso resultar, manter o mesmo local se isso aumentar a concentração.
Disciplina, disciplina, disciplina. Exige concentração, organização, dedicação. Não adiar as horas de estudo, cumprir o que se estipulou, fazer pausas, manter o pensamento no que realmente interessa, desligar o telemóvel, rentabilizar o tempo, descansar quando é necessário. A motivação deve ser constante, a força de vontade para seguir o calendário de estudos também. Ter uma rotina de estudos é o melhor caminho do início ao fim, não só de vez em quando. O ano letivo 2021/2022 acaba de começar e é preciso arregaçar as mangas para uma etapa escolar. Com sucesso, de preferência.
Fonte: Educare
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