O presidente do Conselho Nacional de Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros defendeu hoje a necessidade de promover a saúde escolar e de colocar um profissional a tempo inteiro nos estabelecimentos de ensino.
"Vamos apresentar uma proposta clara para uma aposta efetiva do desenvolvimento da saúde escolar (...) e da criação da figura do enfermeiro de escola porque neste momento, com os mega-agrupamentos de escola que temos no país, é perfeitamente justificável a presença de um profissional a tempo integral nas escolas", afirmou (...) José Carlos Gomes.
O também membro do Conselho Executivo da Ordem dos Enfermeiros, que falava à margem de uma visita ao Centro Hospitalar de Gaia, referiu estar a pedir o apoio do colégio de especialidade comunitária e de saúde infantil e pediátrica para o processo que "gostaria que não demorasse demasiado tempo" a chegar ao governo.
"Seria uma despesa facilmente ressarcida através de custos que deixariam de existir no futuro para o sistema de saúde", realçou.
O responsável lembrou que, "até há pouco tempo" a saúde escolar foi "uma realidade um pouco por todo o território nacional", mas que, "infelizmente", tem assistido a um "imenso desinvestimento e desvalorização".
"Aquilo que se tem notado é uma não utilização daquilo que são as possibilidades do sistema em termos de cuidados de saúde primários", criticou, acrescentando: "estamos efetivamente a fazer tudo ao contrário [e] em vez de apostarmos na prevenção, estamos a ter cada vez mais instrumentos de reação à doença e a esquecer a questão da promoção da saúde, nomeadamente na saúde escolar".
Para o presidente do Conselho Nacional de Enfermagem, é necessário voltar "a apostar na área da promoção da saúde" e utilizar as "competências dos enfermeiros e especialistas nas estruturas que estão desenhadas para o efeito e que pura e simplesmente não têm sido financiadas".
José Carlos Gomes disse considerar "preocupante" a forma como o sistema de saúde é atualmente financiado, privilegiando os resultados, ou seja, "uma instituição de saúde para poder sobreviver tem que apresentar um grande número de atos, independentemente dos resultados em saúde que consegue [e] Isto é uma forma perniciosa de fazer o financiamento do sistema e pode por em causa a curto prazo a própria sustentabilidade".
Fonte: Sol
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