Num debate sobre "Escola, responsabilidades na Promoção e Proteção da Criança - enquanto sujeito de direitos", organizado pela Comissão de Proteção a Crianças e Jovens (CPCJ) de Oeiras, o presidente do Conselho Nacional da Educação, David Justino, começou por se mostrar defensor da descentralização.
"Deveriamos construir a escola a partir da realidade local, a partir da base. O problema é que temos o oposto: uma escola construída a partir do Estado", afirmou.
David Justino sublinhou que o atual sistema de Educação é "ineficiente" e que a escola deve ser encarada como um serviço local e não um serviço público do Estado.
"O meu sonho é ver que a escola é uma construção social através das comunidades", concluiu.
O representante da Educação na Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco, Pedro Cunha, reconheceu que "não há nenhum outro sistema ao qual se questione tanto como o da Educação" e que os direitos das crianças têm de ser uma cultura das escolas.
Pedro Cunha adiantou ainda que tem sido dada formação a todos os professores incluídos nas CPCJ e que muitos guias de orientação estão disponíveis `online`.
Já José Morgado, membro do Centro de Investigação em Educação do Instituto Superior de Psicologia Aplicada, afirmou que "não há uma cultura de proteção" e que "não se pode pensar na escola fora do contexto social".
"Era preciso que a Administração Central confiasse nas escolas e nos professores, o que não acontece", concluiu.
A conferência hoje realizada pretende, segundo a organização, ser um espaço de reflexão que crie impacto na consolidação de conhecimentos e no desenho da intervenção no terreno.
O objetivo, refere-se, é promover a discussão de ideias e desenvolver um suporte de medidas com vista à consolidação de ações que respondam à necessidade da criança enquanto sujeito de direitos.
Fonte: RTP por indicação de Livresco
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