Pela primeira vez, investigadores britânicos conseguiram captar em vídeo o que se passa no cérebro quando uma pessoa perde a consciência. O novo método, dizem, pode ajudar à recuperação de doentes com danos cerebrais.
O novo aparelho – chamado tomografia funcional de impedância eléctrica de resposta provocada – foi aplicado pela equipa de Brian Pollard, da Universidade de Manchester, no Reino Unido. Os investigadores gravaram a actividade cerebral de 20 pessoas, depois de lhes ter sido administrada uma anestesia geral, explica a revista “New Scientist”.
Esta técnica mede a resistência a uma pequena corrente gerada por eléctrodos aplicados na cabeça, para avaliar a actividade eléctrica do cérebro. Ao realizar cem leituras por segundo, a equipa conseguiu produzir um vídeo da actividade de todo o cérebro.
À medida que a pessoa perde a consciência, diferentes partes do cérebro parecem começar a “falar” umas com as outras, explicou a equipa responsável pelo projecto, na semana passada, no Congresso Europeu de Anestesiologia, em Amesterdão.
A consciência e os processos cerebrais nela envolvidos são motivo de algum debate. Uma teoria propõe que as pessoas têm uma região no cérebro que activa ou desactiva a consciência, como se fosse um botão que se pudesse premir, explicou Pollard, citado pela revista. Outra ideia sugere que a consciência é gerada por interacções entre grupos de células cerebrais; basta inibir essa interacção e a pessoa fica inconsciente.
Segundo a “New Scientist”, o vídeo da equipa da Universidade de Manchester mostra que, à medida que a anestesia começa a fazer efeito, a actividade do cérebro aumenta significativamente em algumas zonas. Pollard acredita que se trata de uma sinalização entre células para indicar que o cérebro se prepara para se “desligar”.
Geraint Rees, da University College, em Londres, comentou à “New Scientist” que este trabalho é muito importante porque pode ser utilizado para gravar um sinal de uma pessoa com danos cerebrais que não consiga comunicar, para ver como responde a estímulos externos.
Ainda assim, Pollard diz que é preciso trabalhar e analisar mais leituras da actividade cerebral para dizer, de forma conclusiva, o que está a acontecer.
In: Público online
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